Os investidores evitaram assumir posições mais significativas durante o pregão de ontem, preferindo aguardar pelos anúncios de política monetária de hoje. Com isso, os índices de ações negociaram em leve baixa.

A exceção foi a Europa, onde o Stoxx 600 estendeu seu recorde de pontuação pela oitava vez seguida, a maior sequência de ganhos em mais de dois anos. O índice já acumula alta de 15% no ano, efeito do otimismo com as campanhas de vacinação no continente.

No noticiário interno, a Agência Nacional de Energia Elétrica confirmou que vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias. Segundo a Aneel, a cobrança feita no patamar mais alto desse sistema deve subir mais de 20%, em razão do uso das usinas térmicas no país.

No exterior, acompanhamos os últimos dados de atividade nos Estados Unidos. As vendas de varejo por lá caíram 1,3% em maio, ante abril. Foi um recuo mais acentuado do que se previa, gerado pela migração do consumo de bens para serviços, em meio à reabertura da maior economia do mundo.

A indústria americana, por sua vez, teve alta de 0,8% na produção registrada em maio, acima da mediana das projeções.

Ainda sobre os Estados Unidos, o governador de Nova York anunciou ontem o fim das restrições no Estado, uma vez que mais de 70% dos adultos já receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus.

E os anúncios de política monetária previstos para hoje são encarados como decisivos pelo mercado. Aqui no Brasil, a maior parte dos analistas, inclusive do Safra, prevê alta de 0,75 ponto porcentual na Selic. Mas vale dizer que alguns agentes já apostam em alta de 1 ponto porcentual, acima do sinalizado na última reunião do Copom.

Teremos muita atenção ao comunicado que será divulgado pelo BC brasileiro hoje à noite. A expectativa é que, diante da inflação mais forte, os dirigentes deixem de sinalizar um ajuste apenas parcial nos juros, o que reforçaria nossa previsão de que a Selic atingirá o nível de 6,5% ao ano já em 2021.

Nos Estados Unidos, o mercado não prevê mudanças na política monetária, de modo que o foco deverá recair sobre o tom utilizado pelo Federal Reserve, bem como sobre as projeções divulgadas pela instituição e o discurso do seu presidente, Jerome Powell.

Nossa expectativa é que o Fed ainda não dê início nesta reunião às discussões sobre redução de estímulos.