Após a alta de segunda-feira, o Ibovespa sofreu ontem uma leve correção, seguindo o movimento dos índices de ações nos Estados Unidos.

Ontem pela manhã, as atenções se voltaram às medidas das autoridades estaduais e municipais para elevar a taxa de isolamento em São Paulo. Foram antecipados na capital paulista dois feriados para hoje e amanhã, e o governo do Estado poderá antecipar mais um feriado para segunda-feira. O prefeito Bruno Covas disse que o objetivo é manter a taxa em pelo menos 56%, e que um fechamento total da cidade não está no horizonte.

Com a possibilidade de só poder modificar suas posições na terça-feira, a medida chegou a causar apreensão na primeiro hora dos negócios ontem. O desconforto foi dissipado com a confirmação de que a B3 irá funcionar normalmente durante os feriados antecipados.

O Banco Central também entrou em cena ontem para esclarecer que, para fins financeiros, o do dia 11 de junho não será considerado dia útil e a Bolsa estará fechada. Ou seja, as operações financeiras não terão o calendário alterado de última hora, como se temia.

Veja abaixo o Morning Call desta quarta-feira com nosso estrategista Jorge Sá:

Declarações de autoridades nos EUA

No exterior, destaque ontem para a participação de duas autoridades centrais da economia americana em comitê do Senado dos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou que a instituição está preparada para usar todas as suas armas para ajudar a economia a superar a pandemia do coronavírus.

Segundo Powell, a recente expansão do balanço do Banco Central americano pode continuar no país, e não deve gerar problemas de inflação. Já o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que a Casa Branca poderá fornecer mais recursos e assumir mais riscos para apoiar os programas de crédito do Fed.

Liberação de crédito

Em Brasília, o governo publicou decreto para apoiar as distribuidoras de energia elétrica em meio à crise do coronavírus. A chamada Conta-Covid receberá empréstimos de bancos que serão repassados às empresas.

Os financiamentos deverão cobrir déficits ou antecipar receitas das distribuidoras e a definição do limite de captação ainda será decidida pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o impacto da pandemia sobre as distribuidoras já passa de R$ 5 bilhões, dos quais a maior parte são relativos a pagamentos atrasados.

Para ter acesso ao crédito, as distribuidoras não poderão reduzir os contratos de compra de energia com geradores e terão que limitar o pagamento de dividendos aos acionistas em caso de inadimplência, além de renunciar ao direito de contestação judicial.

Em outra frente de apoio à economia, foi publicada ontem a sanção à linha de crédito para micro e pequenas empresas. Segundo o Senado Federal, serão destinados quase R$ 16 bilhões ao programa de financiamento, que oferecerá taxa de juros igual à Selic mais 1,25% ao ano, com prazo de pagamento de três anos. O montante máximo do benefício é de R$ 108 mil para microempresas e de R$ 1,4 milhão para pequenas empresas.