O noticiário envolvendo as contas públicas voltou a desencadear ontem um forte movimento de vendas de ativos brasileiros.

A queda do Ibovespa, com isso, chegou a passar de 4% no momento mais crítico da sessão, quando o índice operou abaixo dos 106 mil pontos pela primeira vez em onze meses.

As ações moderaram as perdas nas últimas horas do pregão, mas o Ibovespa ainda assim fechou a um nível 18% abaixo do pico histórico alcançado na metade do ano.

Entre as frentes de preocupação esteve a mudança defendida pelo governo no cálculo do teto de gastos, com o objetivo de abrir espaço para mais de R$ 80 bilhões em despesas adicionais no ano que vem, como o aumento do pagamento a beneficiários do Bolsa Família.

Além disso, o sentimento de cautela foi acentuado ontem depois que o presidente da República anunciou a criação de um auxílio que seria pago a caminhoneiros, sem especificar a fonte dos recursos.

Após o fechamento do mercado, foi anunciada a saída de quatro integrantes do Ministério da Economia, entre eles Bruno Funchal, que havia substituído Mansueto Almeida à frente do Tesouro.

Os pedidos de demissão já provocaram uma forte desvalorização dos ativos brasileiros no exterior, um comportamento que tende a se repetir hoje na Bolsa brasileira.

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 subiu pela sétima vez seguida e bateu seu recorde histórico de pontuação.

Como temos mostrado, os temores com a retirada de estímulos monetários por lá têm dado lugar ao otimismo com os bons resultados reportados pelas companhias.

Ontem, por exemplo, o destaque foi a Tesla, que subiu mais de 3% na Nasdaq, após divulgar um lucro de US$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre.

Também ajudaram o mercado americano os dados semanais de seguro-desemprego. Os novos pedidos caíram para 290 mil, o menor patamar desde o início da pandemia.

E na agenda econômica de hoje, o mercado repercute índices preliminares de atividade referentes às economias americana, europeia e japonesa em outubro.