Na semana passada, o principal índice de ações da Bolsa, o Ibovespa, seguiu em alta e agora acumula ganhos de 13% em novembro.

Esse desempenho vem sendo sustentado pelas notícias positivas em relação ao desenvolvimento das vacinas, mas o crescimento dos novos casos de Covid-19, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, continua a manter um sinal de alerta para os investidores.

Confira os principais assuntos do mercado financeiro no Morning Call do Safra:

G20

E durante o final de semana, acompanhamos o encontro do G20, que reúne líderes de economias desenvolvidas e emergentes. O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a reafirmar o compromisso com o fiscal, tema que tem sido acompanhado de perto pelo mercado.

Ele reafirmou que o plano do governo é voltar ao padrão fiscal normal a partir de janeiro, com as despesas dentro do teto de gastos. Mas ele voltou a lembrar que se tivermos uma segunda onda de contaminações, o auxílio emergencial deve ser prorrogado.

Guedes ainda complementou que setor privado será importante para a recuperação. E para isso, o governo planeja seguir com novos marcos regulatórios.

Agenda de indicadores

Para os próximos dias, além de seguir monitorando a pandemia e as vacinas, teremos uma agenda importante de indicadores econômicos.

Os destaques no Brasil ficam para índices de inflação amanhã e na sexta-feira, bem como dados sobre o mercado de trabalho quinta e na sexta-fera. Você pode conferir nossas projeções para os resultados aqui.

Black Friday e governo nos EUA

Esta semana também será de Black Friday, que é uma data importante para o consumo, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

E, segundo a imprensa americana, o presidente-eleito Joe Biden também deve anunciar amanhã uma série de indicações de nomes para compor o próximo governo, devendo ser acompanhado de perto pelos investidores.

Premissas em nossas projeções

O time de Macroeconomia do Safra projeta um crescimento de 4,5% do PIB no próximo ano. E detalhamos agora algumas das premissas nesta projeção.

O cenário leva em consideração a queda gradual dos contágios por Covid-19.

Essa é uma questão importante para a recuperação do mercado de trabalho. Temos uma atenção especial com o emprego informal de baixa remuneração, que é o que mais sofreu com o isolamento social.

A recuperação dessa categoria também é importante para que o auxílio emergencial possa se encerrar, o que também é importante para a manutenção do regime fiscal, respeitando o teto de gastos.

Também está em nossas premissas o avanço nas reformas sobre o funcionalismo público ao longo do próximo ano, de modo a reforçar a ancoragem do gasto público a partir de 2022.

Ou seja, o nosso cenário-base é compatível com uma transição relativamente suave do quadro da pandemia, sem quebra do regime fiscal e com inflação moderada, além da possível manutenção da prescrição futura adotada pelo Banco Central, que sinaliza juros estáveis ao longo de boa parte de 2021.