O mercado brasileiro ontem operou pressionado pelo noticiário político e perdeu o nível dos 117 mil pontos.

Entre as fontes de preocupação esteve a derrota do governo no Senado, ao não conseguir aprovar novas regras de flexibilização trabalhista.

Além disso, os investidores temem que a reforma tributária acabe não gerando eficiências nem alívios de carga que compensem a taxação dos dividendos e o fim dos juros sobre capital próprio.

O movimento negativo não foi revertido nem mesmo depois que os deputados reduziram a alíquota a ser cobrada sobre o pagamento de dividendos de 20% para 15%.

O texto aprovado na Câmara pesou particularmente sobre as ações de bancos ontem, com quedas de quase 4% nos papéis do Bradesco e do Itaú. Isso porque o corte aprovado na Contribuição Social sobre Lucros veio menor do que estava originalmente previsto.

Mas é importante ressaltar que o texto ainda será analisado pelo Senado Federal.

Outro fator de cautela é a atividade econômica no Brasil. Ontem, o IBGE indicou que a produção industrial no país encolheu 1,3% na passagem de junho para julho, o segundo mês seguido de retração.

O resultado veio dentro do esperado pelo Safra e deixou o setor cerca de 2% abaixo do patamar pré-pandemia.

A fabricação de máquinas e equipamentos e a produção de veículos estiveram entre os principais recuos, enquanto os destaques positivos vieram das indústrias de medicamentos e de combustíveis.

Nos Estados Unidos, os índices de ações fecharam com variações positivas, depois que os novos pedidos de seguro-desemprego por lá voltaram a cair, atingindo o menor nível desde o início da pandemia.

E na agenda econômica de hoje, os investidores aguardam a divulgação do relatório oficial de emprego nos Estados Unidos.

A previsão do Safra é de geração de 751 mil vagas em agosto, um ritmo forte, só que mais moderado do que o mês anterior.