Os mercados passaram por um movimento de realização de lucros, após sustentarem patamares recordes nas semanas anteriores. Prevaleceu ontem a cautela ante a disseminação da variante delta do coronavírus.

Um exemplo sobre a preocupação com a pandemia foi a reimposição do estado de emergência em Tóquio, o que significa que a capital japonesa não terá público durante a Olimpíada.

A aversão a risco foi reforçada ainda pelo comportamento dos títulos do Tesouro americano. A queda nos rendimentos oferecidos por esses papéis nos últimos dias pode sinalizar maior demanda dos investidores por proteção, e também a perspectiva de uma economia menos aquecida à frente.

Nesse ambiente, as principais bolsas do mundo fecharam em baixa. O índice europeu Stoxx 600, por exemplo, cedeu 1,7%, apesar da postura estimulativa anunciada ontem pelo BC do continente.

A instituição reformulou sua estratégia de política monetária, esclarecendo agora que a meta de 2% não representa um teto para inflação, e pode ser ultrapassada em alguns casos.

Nos Estados Unidos, os dados semanais de seguro-desemprego seguem enfrentando resistência para renovar as mínimas desde a pandemia. Os 373 mil novos pedidos divulgados ontem vieram acima da mediana das estimativas e no mesmo nível registrado na semana anterior.

Aqui no Brasil, a inflação desacelerou para 0,53% em junho, um número mais baixo do que o projetado pelo Safra e pelo mercado. Com isso, o IPCA teve alta de 8,35% nos últimos 12 meses, a maior variação acumulada desde setembro de 2016.

O maior impacto de alta no mês passado, como se previa, veio das contas de luz, pressionadas pela bandeira tarifária vermelha no patamar dois. Por outro lado, o avanço no preço da gasolina veio menor do que o esperado.

Nosso cenário-base para o IPCA segue assim prevendo alta de 6,4% em 2021 e de 3,3% em 2022.

E hoje lá fora os investidores repercutem os números de inflação da China, assim como novos dados econômicos do Reino Unido. Lembrando que o mercado está fechado no Brasil.