O Ibovespa se descolou do ambiente mais favorável no exterior e fechou a semana com queda acumulada de quase 1%. O desempenho do índice foi particularmente negativo no último pregão, em razão das incertezas acerca da reforma tributária.

O governo divulgou na sexta-feira o seu segundo projeto sobre o tema. O primeiro já foi enviado ao Congresso no ano passado, com o objetivo de instituir uma Contribuição sobre Bens e Serviços em substituição ao PIS e à Cofins.

Já a nova proposta prevê, entre outros pontos, a tributação de dividendos em 20%, bem como o fim da distribuição de juros sobre capital próprio.

Algumas das mudanças pretendidas já vinham sendo noticiadas pela imprensa, mas a confirmação na sexta-feira desencadeou um movimento de cautela no mercado. A leitura dos investidores é que a redução nas alíquotas do imposto de renda corporativo pode não ser suficiente para compensar aumentos em outras frentes.

As medidas ainda precisam ser analisadas pelos parlamentares, e iremos acompanhar com atenção o andamento do texto, que tem potencial para adicionar ainda mais volatilidade aos mercados.

Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq saltaram mais de 2% na semana passada, renovando seus recordes de pontuação.

Na última sessão, o temor com a inflação por lá foi mitigado pelo resultado do índice PCE. Apesar de seguir em um nível historicamente elevado, o índice desta vez veio levemente abaixo das estimativas do mercado. O Safra espera que o núcleo do PCE desacelere nos próximos meses e termine o ano com alta de 3%.

A semana que se inicia deve trazer mais uma bateria importante de dados econômicos. Aqui no Brasil, nossa atenção hoje está voltada para o resultado do mercado de trabalho formal em maio.

A projeção do Safra é que o Ministério da Economia mostre criação líquida de 150 mil postos com carteira assinada.

E na quarta-feira, vamos acompanhar os números de emprego divulgados pelo IBGE. Além disso, os próximos dias trarão informações sobre as contas públicas e sobre a produção da indústria brasileira.

No exterior, o destaque é o relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, que será conhecido na sexta-feira. Nossa estimativa é de criação de 900 mil postos de trabalho em junho.