A queda no ritmo de crescimento da China pressionou os mercados de ações ontem, inclusive no Brasil.

O Ibovespa chegou a cair 1,5% pela manhã, também repercutindo temores em relação a uma eventual paralisação de caminhoneiros no país.

O índice brasileiro, entretanto, apagou a maior parte das perdas ao longo do dia, acompanhando a melhora do humor nos Estados Unidos, onde as bolsas também abriram em queda, afetadas pela contração da indústria americana divulgada ontem.

Segundo o levantamento mensal do Fed, o setor caiu 1,3% de agosto para setembro. Além disso, o resultado anterior foi revisado para baixo.

Entre os fatores que têm pressionado a produção estão a persistente escassez de semicondutores, que prejudica em especial o segmento automotivo, bem como os impactos do furacão Ida sobre a cadeia de petróleo no Golfo do México.

Hoje, temos uma agenda econômica mais calma, e os investidores devem aguardar, após o fechamento dos mercados, o anúncio de juros pelo Banco Popular da China e a divulgação da balança comercial do Japão.

E as expectativas do mercado para a inflação coletadas pelo Banco Central no Relatório Focus seguem avançando. A mediana das projeções para o IPCA já alcança praticamente 8,7% em 2021.

A boa notícia é que o aumento do volume de chuvas nas últimas semanas ajudou a estabilizar o nível dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste.

E se esse cenário perdurar pelo resto do mês, o risco energético de curto prazo pode ser sensivelmente reduzido, aumentando a chance de que as usinas térmicas sejam desligadas a partir de abril.

Isso reforça a nossa expectativa de que a cobrança adicional sobre as contas de luz diminua no ano que vem, o que é um dos principais fatores para a moderação da inflação em 2022.

Mas vale ponderar que os reservatórios devem continuar em patamar historicamente baixo, ainda exigindo políticas de incentivo ao uso mais eficiente da energia elétrica.