Os mercados de ações tiveram uma sessão de queda ontem, na medida que os investidores avaliam com cautela novos dados de atividade referentes às maiores economias do mundo.
Após a desaceleração da China afetar os negócios na segunda-feira, ontem foi a vez do varejo americano gerar dúvidas.
O setor recuou 1,1% em julho, na comparação com junho, um desempenho pior do que o esperado, puxado pelas retrações nos segmentos de vestuário e veículos. Mesmo assim, o varejo ficou mais de 15% acima do nível de um ano atrás.
A produção industrial nos Estados Unidos, por outro lado, surpreendeu positivamente, subindo 0,9% no mês, a expansão mais forte desde março. Com isso, o setor retomou praticamente o nível pré-pandemia, ficando apenas 0,2% abaixo de fevereiro de 2020.
Ainda por lá, o presidente do banco central do país, Jerome Powell, discursou ontem, mas não abordou temas de política monetária nem fez previsões para a economia americana.
A expectativa é que Powell forneça detalhes sobre essas questões na semana que vem, na conferência anual do Fed. Lembrando que hoje será divulgada a ata da última reunião de política monetária da instituição.
Aqui no Brasil, o Ibovespa acompanhou o mau humor no exterior, chegando a operar aos 116 mil pontos pela primeira vez em quatro meses e meio.
O índice brasileiro também continua a ser pressionado pela piora da percepção dos investidores sobre o quadro fiscal do país.
Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, observou que há ruídos relacionados ao financiamento do aumento que o governo pretende realizar em programas sociais.
O mercado também segue alerta com a reforma do Imposto de Renda, temendo um eventual aumento da carga tributária sobre o setor produtivo.
Ontem, a votação do texto na Câmara dos Deputados foi adiada mais uma vez.