Agosto foi marcado por mais um avanço nos índices de ações internacionais. Nos Estados Unidos o destaque foi o salto de 4% do Nasdaq no mês. Já o S&P 500 subiu um pouco menos, mas alcançou sete ganhos mensais seguidos, a série mais longa desde o início de 2018.

Na Europa, o Stoxx 600 subiu 2% no mês passado, enquanto, na Ásia, o destaque positivo foi a alta de 3% do índice da Bolsa de Tóquio.

Os bons resultados estão relacionados à rápida recuperação das empresas listadas, em um ambiente que ainda conta com estímulos monetários significativos.

Entretanto, os investidores exibiram uma propensão a risco mais moderada no último pregão, diante da divulgação de dados importantes lá fora.

Entre os principais esteve a inflação na Zona do Euro, que registrou alta anual de 3% em agosto, uma aceleração acima do que se esperava, em meio ao forte aumento de preço da energia.

O número acirrou as expectativas para a reunião de política monetária do Banco Central Europeu, que ocorrerá na semana que vem e pode trazer novidades sobre o programa de compras de ativos da instituição.

Aqui no Brasil, o Ibovespa sofreu com incertezas domésticas durante o mês de agosto, recuando 2,5% no período. O índice também vem sendo pressionado pelas ações da Vale, e fechou novamente em queda ontem, apesar da surpresa positiva no mercado de trabalho.

O IBGE informou que a taxa de desemprego caiu para 14,1% no segundo trimestre de 2021, graças ao aumento do número de pessoas ocupadas para perto de 88 milhões.

A previsão do Safra é que esses dados da Pnad Contínua mantenham o forte desempenho, com a volta da pesquisa presencial.

Já em Brasília, o governo encaminhou ontem ao Congresso o Orçamento de 2022, mas a proposta deverá ser atualizada, já que ainda não traz uma solução para o pagamento de precatórios e para modificações em programas sociais.

Em relação à crise hídrica, a Aneel anunciou ontem um aumento de cerca de 50% na bandeira vermelha dois a partir deste mês de setembro. Com o encarecimento da energia, a projeção do Safra para o IPCA em 2021 foi elevada de 7% para 7,2%.

E hoje temos uma agenda cheia. Internamente, os destaques são a divulgação do PIB do Brasil e a leitura da reforma administrativa na Câmara dos Deputados.

Lá fora, o foco está na divulgação de índices industriais ao redor do mundo, assim como na reunião da Opep e no relatório de emprego da ADP, relativo ao setor privado dos Estados Unidos.