Na metade da última sessão, o Ibovespa operou próximo dos 115 mil pontos, nível que não é alcançado desde setembro do ano passado. No entanto, o índice se afastou da marca diante das tensões na fronteira da Ucrânia, que também atingiram o mercado americano.

Mesmo assim, o Ibovespa emplacou a quinta semana consecutiva de alta e passou a acumular ganhos de mais de 8% no ano, um dos melhores desempenhos entre as principais bolsas do mundo no período.

Com a continuidade do ingresso de recursos estrangeiros, o real acompanhou o movimento positivo, subindo 1,5% contra o dólar na semana.

Enquanto isso, no exterior, o índice europeu Stoxx 600 anotou a sua primeira semana de alta em 2022, avançando 1,6%. Já nos Estados Unidos, a cautela com as tensões geopolíticas e com os aumentos de juros pressionou os ativos, impedindo que o S&P 500 sustentasse uma terceira semana de avanço.

O principal fator no radar dos investidores neste início de semana é uma eventual invasão da Ucrânia pelo exército russo. Autoridades da Casa Branca preveem que isso possa ocorrer na metade da semana, mas o governo ucraniano minimizou o alerta.

O fato é que, com o recente aumento da presença militar da Rússia na região, diversos países, como Alemanha, Reino Unido e Japão, pediram nos últimos dias que seus cidadãos deixem a Ucrânia.

A incerteza com a situação já traz impactos para diversos ativos, entre eles o petróleo. Na última sessão, o barril foi negociado na casa dos US$ 95, renovando máximas que não eram vistas desde 2014.

Isso porque a Rússia, uma das maiores produtoras da commodity, pode ser alvo de sanções comerciais, justamente em um momento de dificuldade para que a oferta cubra a demanda nesse mercado.

Na frente de indicadores, os próximos dias serão marcados por novos dados de inflação e atividade em algumas das maiores economias do mundo.

Também há forte expectativa para a publicação, na quarta-feira, da ata da última reunião de política monetária do Fed.

Internamente, temos uma agenda econômica mais calma. Além da temporada de balanços, os investidores devem monitorar as propostas em Brasília para reduzir os preços dos combustíveis, e possíveis novidades a respeito da privatização da Eletrobras.