As leves quedas no mercado americano não impediram o Ibovespa de conseguir uma firme alta de mais de 1%. O índice foi ajudado ontem por diferentes fatores no cenário externo.

Um deles foi o discurso do presidente do Federal Reserve. Os comentários de Jerome Powell repercutiram de maneira positiva ontem, ao reforçarem a leitura de que o banco central americano não irá reduzir estímulos tão cedo. Essa perspectiva havia sido relativamente ofuscada nos últimos dias pela visão de que os gastos esperados do governo de Joe Biden poderiam mudar a postura da autoridade monetária.

O presidente eleito apresentou ontem à noite, após o fechamento do mercado, seu plano para apoiar a economia dos Estados Unidos em meio aos impactos da pandemia. O total anunciado foi de US$ 1,9 trilhão. Desse montante, US$ 400 bilhões devem ser destinados para combater a Covid-19 no país, e uma parte ainda maior pretende bancar pagamentos diretos de US$ 1,4 mil aos americanos.

Comércio chinês

O mercado brasileiro ainda se beneficiou ontem dos números da balança comercial chinesa, que vieram melhores do que o esperado. O país asiático registrou um superávit de mais de US$ 78 bilhões em dezembro, encerrando 2020 com um saldo positivo de US$ 535 bilhões.

Tanto as exportações, quanto as importações avançaram, um sinal positivo, pois indica um aquecimento da economia mundial e da própria China, maior compradora de commodities das empresas brasileiras.

Vacinação no Brasil

No noticiário interno, acompanhamos com otimismo o início da vacinação anti-Covid no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, dois milhões de doses da substância produzida pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford devem chegar ao país nos próximos dias.

As substâncias serão importadas da Índia, e precisam do aval da Anvisa para que comecem a ser aplicadas. O pedido de uso emergencial já foi feito pela Fiocruz, e a decisão da agência deve ser anunciada neste domingo. Desse modo, a expectativa é que a campanha nacional de vacinação seja iniciada na semana que vem.

E na agenda de indicadores, o IBGE anuncia agora de manhã o volume de vendas varejistas registrado em novembro. Nossos especialistas esperam um ligeiro recuo de 0,2% na margem, mas que deixaria o setor 4,6% acima do nível de novembro de 2019.