O Ibovespa, que havia superado a marca dos 124 mil pontos no início desta semana e se aproximava de sua máxima histórica, devolveu ontem parte dos ganhos, em um movimento de correção. O índice fechou em queda de 0,84%, aos 122.988 pontos. Já o dólar comercial encerrou em alta de 0,25%, cotado a R$ 5,34.

Destaques do dia

Esse desempenho negativo, que também foi influenciado pela queda no mercado americano, se refletiu nas empresas com grande representatividade no índice, como as da Vale, Petrobras e do setor bancário.

No entanto, tivemos novidades na reforma administrativa. A proposta de emenda à constituição teve sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Agora, ela segue para análise de uma comissão especial, onde serão discutidos os méritos da proposta, antes de ser levada a plenário.

Economia americana

Nos Estados Unidos, os investidores seguem em busca de novas pistas sobre a inflação e os próximos passos da política monetária. Mas, ontem, as atenções se voltaram para novos indicadores econômicos que reforçam os desafios da recuperação econômica.

O destaque ficou para a confiança do consumidor americano, medida pelo Conference Board e que apresentou um resultado abaixo do esperado. Na primeira queda do ano, o índice passou de 117,5 para 117,2 pontos.

Agenda do dia

Já na agenda econômica de hoje, teremos duas leituras sobre as contas externas, às 9h30, com os números da conta corrente e do investimento direto no país, ambos referente a abril.

Projeção IPCA

Ontem, o IBGE divulgou o IPCA-15 de maio, conhecido como a prévia da inflação. A alta dos preços, de 0,44%, foi menor do que os 0,56% que projetávamos, e representa uma desaceleração sobre a alta de 0,6% no mês anterior.

Apesar desse sinal ser positivo à primeira vista, os detalhes do índice sugerem cautela. Isso porque a surpresa para baixo no IPCA-15 se deu em itens mais voláteis. O núcleo do IPCA-15, que exclui essas leituras, continua mostrando uma aceleração na inflação, passando de 0,41% para 0,45%.

Olhando à frente, incorporamos em nosso cenário o risco energético, que comentamos no Morning Call de ontem. Assim, revisamos nossa projeção para o IPCA deste ano de 5,1% para 5,6%. E, para o ano que vem, de 3,5% para 3,6%.

A projeção, portanto, é por uma inflação acima do teto da meta deste ano, definida em 5,25%, e acima do centro da meta do ano que vem, de 3,5%.