Os mercados tiveram ontem uma sessão de correção encabeçada pelo setor de tecnologia dos Estados Unidos. O principal fator de pressão veio do Facebook, rebatizado de Meta, que perdeu mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado ontem, após reportar um balanço trimestral mais fraco. Já após o fechamento, a Amazon disparou fora da sessão regular, após apresentar lucro bem acima do esperado.

A cautela ofuscou a resiliência do setor de serviços tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos. Segundo as pesquisas mensais da Markit e do ISM, houve uma desaceleração considerável em janeiro, por conta da onda de contágios provocados pela ômicron. Ainda assim, os setores sustentaram mais uma expansão.

Já na agenda de hoje, o foco dos investidores está no relatório oficial de emprego dos Estados Unidos. O consenso do mercado prevê abertura líquida de cerca de 180 mil vagas em dezembro, acompanhada de manutenção da taxa de desemprego em 3,9%. Como já reforçamos, a situação do mercado de trabalho americano é monitorada de perto pelos investidores, já que pode influenciar as decisões do Fed.

Tivemos ontem mais uma rodada de decisões de política monetária. São eventos acompanhados de perto, porque podem afetar diversos mercados. O Banco da Inglaterra, por exemplo, elevou a sua taxa de referência para 0,5% ao ano, mantendo o ritmo da última reunião.

A decisão não foi unânime, e quase a metade dos dirigentes votou por acelerar o ciclo de aperto. Além disso, o banco confirmou que irá começar a diminuir gradualmente o seu estoque de ativos. A instituição projeta que a inflação irá atingir um pico um pouco acima de 7% em abril, e o principal objetivo das medidas é trazer essa taxa de volta para perto da meta de 2%.

A expectativa do mercado é que o ciclo de aperto prossiga ao longo dos próximos meses, mas o presidente da autoridade, Andrew Bailey, advertiu que esse movimento não deverá ser longo, para não enfraquecer demais a atividade econômica da região.

Já o Banco Central Europeu optou ontem por não alterar as suas taxas de referência. O foco esteve assim no discurso da presidente da autoridade, Christine Lagarde, que reconheceu que a inflação deve permanecer elevada durante mais tempo do que se esperava anteriormente.