O mercado operou ontem na contramão do exterior. Enquanto os negócios lá fora foram marcados por bolsas em alta e dólar mais fraco, o Ibovespa caiu mais de 1% e a moeda americana chegou a bater R$ 5,87 durante a sessão.

O recorde no mercado cambial ocorreu na esteira de decisão do Banco Central, que fez um corte maior do que era esperado na Selic na quarta-feira, além de sinalizar um nova redução no mês que vem. Com juros menores, a demanda pelo real tende a diminuir.

Confira os comentários do nosso estrategista Jorge Sá:

Reajuste de servidores, inflação e noticiário internacional

No noticiário político, destaque para a afirmação do presidente da República de que irá aceitar a recomendação do Ministério da Economia e vetar a liberação de reajustes dos servidores aprovada pelo Congresso no projeto de socorro financeiro a estados e municípios.

E o IBGE divulgou agora de manhã a inflação medida pelo IPCA no mês de abril. O resultado confirmou a expectativa dos analistas por deflação, com recuo de 0,31% nos preços. Essa foi a maior queda nos preços desde agosto de 1998.

Ainda nesta manhã, também foi divulgada a taxa de desemprego nos Estados Unidos em abril. Com a paralisação das atividades por conta da pandemia, o país perdeu 20,5 milhões de empregos e a taxa de desemprego saltou de 4,4% para 14,7% em abril.

Ontem, o governo americano reportou o menor avanço semanal no seguro-desemprego desde a eclosão da crise, na quinta desaceleração consecutiva. Foram registrados 3,2 milhões de novos pedidos, metade em relação ao pico registrado em março. As últimas sete semanas reportadas somam mais de 33 milhões de solicitações.

Já o Banco de Inglaterra manteve a taxa de juros referencial na mínima histórica de 0,1%. O banco também manteve a compra de ativos em £ 645 bilhões, embora dois dirigentes tenham votado por ampliar o programa em £ 100 bilhões. Desde o início da pandemia, a autoridade monetária já aplicou dois cortes nos juros e aumentou sua carteira em £ 200 bilhões.

Segundo a instituição, o PIB do Reino Unido deve ter uma queda de 14% em 2020, o que seria o pior resultado em três séculos. Mas a instituição espera que a recuperação seja rápida, e projeta uma forte alta de 15% no ano seguinte.

Onde investir em maio

Quem nos acompanha sabe que atualizamos todo mês nossa visão sobre os investimentos no relatório mensal Safra Report, orientando nossos clientes sobre como otimizar seus portfólios com diferentes classes de ativos.

Para este mês, fizemos ligeiras alterações nas carteiras, sem abandonar a cautela necessária para atravessar o atual ambiente de incertezas. Sugerimos um rebalanceamento dentro da renda variável, aumentando a exposição em ativos internacionais. Enxergamos essa mudança como mais compatível às condições do cenário e capaz de capturar mais oportunidades.

Vale destacar que seguimos otimistas com a Bolsa, mas apontamos os fundos multimercados como principal classe para maio, pela flexibilidade de gestão que permite operar com velocidade em diferentes mercados. Acreditamos também que a renda fixa prefixada segue uma boa opção, ao reduzir a volatilidade do portfólio, ao mesmo tempo em que se apropria dos ganhos oferecidos em um ambiente de queda de juros. Confira o material com nossa visão de investimentos para o mês aqui.