No noticiário global, o foco permanece em dois fatores. Por um lado, o mercado acompanha o lançamento de programas de estímulos e monitora novos anúncios por parte de governos e bancos centrais. Por outro lado, o avanço do coronavírus e seus impactos na economia segue preocupando.

Ontem, por exemplo, o Banco da Inglaterra cortou as taxas de juros ao recorde de 0,1% ao ano. Adicionalmente, anunciou um reforço de £ 200 bilhões em seu programa de compra de ativos, levando o valor total do programa para £ 645 bilhões.

Isso se junta ao programa do Banco Central Europeu, que também já havia anunciado esta semana um pacote adicional de estímulos no valor de € 750 bilhões.

Medidas como essas têm sido anunciadas quase que diariamente. Elas acontecem por conta da percepção de que o choque do coronavírus na economia será significativo, explica nosso estrategista Jorge Sá. Até a semana passada, havia movimentos mais concentrados em bancos centrais reduzindo juros. Só mais recentemente os estímulos fiscais acentuaram-se.

Ao mesmo tempo, os indicadores econômicos que vêm sendo divulgados têm mostrado

uma realidade pior do que o mercado esperava. Ontem, por exemplo, foi divulgado nos Estados Unidos que os novos pedidos de seguro desemprego subiram muito acima das expectativas na semana passada, com 281 mil pedidos. A expectativa do mercado era por 220 mil pedidos.

Estes são os principais assuntos do Morning Call desta sexta-feira. Acompanhe a análise completa abaixo.

Monitoramento da pandemia
Acompanhar o avanço do coronavírus é importante para avaliar a magnitude e a duração do impacto na economia. Recentemente, surgiram ferramentas de maior precisão, com acompanhamento em tempo real. Os dados têm mostrado um avanço significativo, especialmente na Europa.

Agora, é importante acompanhar a divulgação dos números consolidados pelas autoridades para avaliar a real dimensão da doença. Nesse cenário, apresentamos ontem, as novas

projeções de nosso time de Macroeconomia, em que revisamos a projeção de PIB para queda de 0,3% em 2020. Ontem, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que o efeito da crise para a economia será grande e que trabalha com um crescimento próximo a zero neste ano.

Portanto, fizemos um ajuste fino na projeção para os juros. Agora, esperamos que o Banco Central irá cortar a Selic em meio ponto porcentual na reunião de maio, levando a taxa a 3,25% ao ano. Continuamos atentos, e atualizaremos o cenário sempre que for necessário.