A sessão de ontem foi marcada pelo avanço global dos índices de ações. Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq renovaram seus recordes de pontuação, enquanto aqui no Brasil o Ibovespa voltou a se aproximar dos 130 mil pontos.

No mercado cambial, o real foi um dos principais destaques contra o dólar. A moeda americana se aproximou de R$ 4,90 e já acumula queda de 5% no ano.

O movimento está ligado à maior probabilidade que o mercado passou a atribuir a uma alta mais forte na Selic, o que tende a tornar o real mais atrativo. Essa leitura foi reforçada pelo Relatório de Inflação do segundo trimestre, divulgado ontem pelo Banco Central.

O documento mostrou que a projeção da instituição para a inflação neste ano subiu de 5% para 5,8%. Já a expectativa para o PIB do país em 2021 aumentou de 3,6% para 4,6%, na esteira de uma perspectiva melhor para o setor de serviços.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou ontem os números, destacando que a situação fiscal do país ainda é um risco que precisa ser monitorado, apesar da recente melhora na trajetória da dívida pública.

Outro tema que acompanhamos ontem foi o anúncio da meta de inflação para 2024. O Banco Central deverá perseguir uma alta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

No exterior, os investidores ontem receberam bem o acordo da Casa Branca com um grupo de senadores democratas e republicanos para investimentos em infraestrutura.

A proposta original do governo de Joe Bien foi reduzida para menos de US$ 600 milhões em novos gastos, mas o apoio obtido trouxe uma sinalização positiva para planos mais abrangentes de cerca de US$ 4 trilhões.

E na agenda do dia, voltamos a ter dados importantes de inflação. Nos Estados Unidos, vamos conhecer a divulgação do PCE. O núcleo desse índice é a medida de inflação preferida pelo Fed para avaliar o comportamento mais estrutural dos preços. Projetamos que o núcleo tenha alta em torno de 0,5% na passagem de abril para maio e de 3,4% em 12 meses.

Já aqui no Brasil, o IBGE irá divulgar a prévia da inflação oficial em junho. Com a aceleração nos preços de alimentos, esperamos que o IPCA-15 avance 0,9%, acima do registrado em maio. Em 12 meses, a alta deve ser de 8,2%.