Os índices de ações dos Estados Unidos seguiram ampliando seus recordes ontem, puxados pelo setor de tecnologia.

Os ganhos por lá estão associados ao tom paciente do banco central americano, que vem reduzindo o temor dos investidores pelo impacto econômico que teria uma retirada mais acelerada de estímulos no país.

Aqui no Brasil, o Ibovespa desta vez não acompanhou as altas lá fora. Pesaram sobre o índice novos ruídos políticos, bem como a preocupação com a inflação.

As expectativas de mercado para o IPCA, reunidas no Relatório Focus, seguem aumentando.

A edição de ontem do documento já mostra previsão de alta de praticamente 7,3% em 2021 e de 4% em 2022, números acima do centro da meta do Banco Central.

Um dos principais pontos de cautela é o preço da energia elétrica. A agência reguladora do setor definiu que a bandeira tarifária em setembro seguirá no patamar mais elevado, por conta da crise hídrica.

Além disso, a Aneel informou que os valores das bandeiras estão em análise. Segundo analistas do setor, a agência deve anunciar em breve uma alta de pelo menos 50% nesse sistema de cobranças adicionais.

Na agenda de indicadores, acompanhamos ontem o resultado primário do governo central registrado no mês de julho.

O déficit ficou em R$ 19,8 bilhões, acumulando em 12 meses o equivalente a 3,8% do PIB, segundo o Tesouro Nacional.

Já no radar de hoje está a divulgação da Pnad Contínua, com a taxa oficial de desemprego do Brasil. A projeção do Safra é de aumento para 14,8% no trimestre encerrado em junho, enquanto o consenso de mercado prevê queda para 14,5%.

Além disso, os investidores devem acompanhar com atenção a apresentação do governo do Projeto da Lei Orçamentária para 2022.

No exterior, o mercado repercute a leitura preliminar da inflação em agosto na Zona do Euro, assim como os novos dados de emprego na Alemanha.