Tivemos uma sessão positiva ontem, com alguma turbulência logo após o anúncio de política monetária do Fed, mas que deu lugar ao otimismo dos investidores em meio ao discurso do presidente da instituição.

Como era esperado, o banco central dos Estados Unidos aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, sinalizando novas altas ao longo do ano. A decisão não foi consensual, já que o dirigente de Saint Louis votou por um aperto mais forte, de meio ponto.

As novas projeções do Fed indicam que a maioria dos membros espera que a taxa termine o ano perto de 2%, um provável resultado de aumentos com a mesma magnitude de ontem nas seis reuniões que restam em 2022.

Além disso, a estimativa do Fed para a inflação medida pelo núcleo do índice PCE subiu de 2,7% para 4,1%, bem acima da meta de 2%. É para combater esse ambiente inflacionário que o ciclo de aumentos de juros foi iniciado, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou ontem que a economia americana estaria preparada para enfrentar esse movimento sem cair em uma recessão.

Sobre o balanço de ativos do Fed, Powell sinalizou que o estoque de quase 9 trilhões de dólares pode começar a ser reduzido a partir da próxima reunião, em maio.

Aqui no Brasil, após o fim do pregão, o Copom anunciou o seu nono aumento de juros seguido. A Selic, que estava em 2% até o início do ano passado, subiu ontem para 11,75%.

O comitê sinalizou que levará a Selic a 12,75% na próxima reunião, encerrando o ciclo de alta, mas ponderou que os próximos passos podem ser ajustados conforme a evolução do cenário.

Também foram destacadas as incertezas com a guerra na Ucrânia, especialmente os impactos do choque de oferta em diversas commodities, que se manifestam de maneira defasada na inflação.

Na frente de indicadores, o setor de serviços no Brasil recuou 0,1% de dezembro para janeiro. O desempenho foi mais fraco que o esperado, mas, ainda assim, o setor se manteve 7% acima do patamar pré-pandemia, segundo o IBGE.

Para a próxima pesquisa, relativa a fevereiro, a previsão do Safra atualmente é de alta de 0,3% na margem.

Já nos Estados Unidos, o varejo perdeu embalo em fevereiro, pressionado pelo peso da inflação sobre o orçamento das famílias. As vendas cresceram 0,3% ante janeiro, levemente abaixo do consenso de mercado.

Já na agenda de hoje, teremos novos dados sobre a economia americana, desta vez sobre a produção industrial. Além disso, o mercado repercute a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra