O ambiente político deu ontem o tom das negociações. Após abrir em alta e se aproximar dos 82 mil pontos, o Ibovespa passou a oscilar ao longo do pregão até fechar em queda de 1,3%.

No início da tarde, o índice de ações chegou a perder o nível dos 79 mil pontos em meio a tensões dentro do Executivo federal. Notícias apontavam que o ministro da Justiça, Sergio Moro, poderia aparentemente deixar o governo por conta de uma troca no comando da Polícia Federal decidida pelo presidente Jair Bolsonaro.

Os negócios terminaram sem um anúncio oficial sobre a situação, e, embora o Ibovespa tenha conseguido uma recuperação, o dólar prosseguiu se valorizando ante o real e terminou cotado próximo a R$ 5,53, no maior nível da história.

Nesta manhã, o Diário Oficial da União trouxe a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Embora ontem a assessoria de imprensa no ministro tenha negado boatos de sua saída, o mercado tenderá a acompanhar com atenção hoje o desenrolar do caso e a substituição na PF.

No exterior, o S&P 500 fechou em ligeira queda, apesar da divulgação de números melhores sobre o mercado de trabalho americano. Os pedidos de seguro-desemprego seguem em desaceleração por lá e sinalizam que o momento mais agudo da crise pode já ter ficado para trás.

Segundo os dados reportados ontem, mais 4,4 milhões de americanos deram entrada no auxílio. O número veio em linha com o esperado pelo mercado, e marca a terceira semana consecutiva de queda no ritmo de novos pedidos.

O governo americano também revisou levemente para baixo o número que havia sido divulgado na semana passada. O total de solicitações registradas nas últimas cinco semanas chega agora a mais de 26 milhões, o que representa cerca de 16% da força de trabalho nos Estados Unidos.

E ontem à noite os deputados americanos aprovaram o pacote de US$ 484 bilhões que amplia programas de crédito a pequenas empresas e financia hospitais e testes de detecção do coronavírus. O projeto, que apoia novas medidas de ajuda à economia dos Estados Unidos, passou pelo Senado na terça-feira e ontem mesmo foi sancionado pelo presidente Donald Trump.

Veja os comentários do nosso estrategista Jorge Sá:

Itália indica melhora

Aos poucos, a crise dá sinais de que está se arrefecendo pelo planeta. Ontem, uma boa notícia veio da Itália, onde, pela primeira vez, o número de pacientes que se recuperaram do coronavírus superou o de novos infectados. O último balanço divulgado mostra que três mil pacientes foram curados, contra 2,6 mil novos contágios.

É um alívio para o país que foi o primeiro epicentro de coronavírus fora da China, e onde a doença já fez mais de 25 mil vítimas fatais. A Itália hoje é a terceira nação com maior número de casos, atrás apenas de Estados Unidos e Espanha.

Os italianos estão em quarentena até o dia 3 de maio, mas certos estabelecimentos já estão autorizados a funcionar em algumas regiões.

Se você quiser saber como alguns dos principais especialistas em fundos imobiliários do país estão vendo o mercado em meio à pandemia, não perca a transmissão ao vivo que faremos nesta tarde.

Guilherme Macedo e Gustavo Garcia, do Safra, irão conversar com os gestores Leandro Bousquet, da Vinci Partners, e Felipe Gaiad, da Hemisfério Sul Investimentos, sobre desafios e oportunidades para os fundos neste momento.