O Ibovespa deu sequência ontem a sua trajetória de recuperação. Desta vez, o índice chegou a operar acima dos 106 mil pontos e acumulou uma alta de quase 4% nas últimas três sessões.

O índice contou com o forte ganho das ações da Petrobras, que anunciou uma nova política de dividendos. A companhia prevê agora uma remuneração anual de, no mínimo, US$ 4 bilhões.

Isso quando o barril de petróleo estiver cotado acima de US$ 40, o que é o caso atualmente. Considerando os últimos preços das ações da estatal, o Safra calcula que a nova política significa um rendimento de pelo menos 6% para os investidores.

Já em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou ontem a Medida Provisória que cria o Auxílio Brasil. O texto ainda precisará ser analisado pelo Senado.

O programa substitui o Bolsa Família, alterando alguns critérios para recebimento e elevando o pagamento médio do benefício para cerca de R$ 220.

O governo ainda pretende implementar um valor mínimo de R$ 400 para o auxílio, mas isso depende da aprovação da PEC dos Precatórios.

Entre os indicadores, o destaque de ontem aqui no Brasil foi a prévia da inflação para novembro, que subiu 1,17%. Foi a maior variação para esse mês desde 2002, em linha com a projeção do Safra.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 avançou para 10,7%, o que de ter sido o pico do índice nessa base de comparação.

Como se esperava, o maior impacto do mês foi o aumento da gasolina. Só neste ano de 2021, o combustível já disparou 45%.

Além disso, as passagens aéreas recuaram menos do que o estimado para o mês. Por outro lado, observamos uma desaceleração mais intensa nos preços dos alimentos.

No fim das contas, os dados do IPCA-15 não modificaram a expectativa do Safra para a inflação. Nosso cenário-base prevê alta de 10,1% em 2021 e de 4,4% em 2022.

Também acompanhamos ontem os novos dados sobre as contas externas. O déficit em transações correntes foi de US$ 4,5 bilhões no mês passado, resultado um pouco melhor do que o esperado pelo consenso de mercado.

Lembrando que esse indicador é divulgado pelo Banco Central e mede o fluxo de bens, serviços e renda do Brasil com outros países.