Sem contar com a referência do mercado americano, que permaneceu fechado ontem, o Ibovespa encerrou os negócios acima dos 126 mil pontos pela primeira vez.

O índice operou em terreno positivo durante praticamente todo o pregão, sustentando no fechamento a sua quarta alta consecutiva e acumulando ganho mensal de 6%. No mercado cambial, o real foi um dos destaques de maio, com valorização de quase 4% contra o dólar.

Como temos explicado, o momento positivo para os ativos no Brasil passa pela melhora da atividade econômica e da percepção dos investidores em relação às contas públicas. E ontem, o Banco Central informou que a dívida bruta do país em abril foi o equivalente a 86,7% do PIB, uma queda de 2,2 pontos porcentuais ante o mês de março. Foi o maior recuo em mais de dez anos nessa base de comparação.

O mercado também seguiu monitorando declarações de autoridades econômicas importantes. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ontem que a instituição está bastante otimista com as perspectivas para a economia brasileira neste ano.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também demonstrou confiança com a atividade, mas voltou a reconhecer que o governo pode estender o auxílio emergencial, caso a pandemia se prolongue. O pagamento da última parcela do benefício está previsto para julho.

Já a primeira sessão de negócios de junho começa sob a influência de um dado importante. O IBGE irá anunciar daqui a pouco o resultado do PIB no primeiro trimestre. Esperamos ver um crescimento de 0,7% ante o trimestre imediatamente anterior, e estabilidade em relação ao primeiro trimestre de 2020.

Em Brasília, o Congresso Nacional tem sessão marcada para discutir vetos presidenciais e projetos de lei, enquanto o Ministério da Economia, por sua vez, irá informar o saldo comercial do Brasil em maio.

A agenda de hoje traz ainda uma série de indicadores industriais. Entre eles o PMI dos Estados Unidos calculado pelo ISM. Nossa expectativa é que o ritmo de expansão do setor tenha aumentado para 61,5 pontos no mês passado.

O mercado ainda repercute hoje discursos de dirigentes do Fed, o banco central americano, bem como a reunião da Opep e países associados sobre o nível da produção de petróleo.