O Ibovespa conseguiu se manter novamente em terreno positivo ontem, ao mesmo tempo que os índices de ações americanos fecharam em queda pelo segundo dia seguido. O dólar também perdeu força ao redor do mundo, e aqui no Brasil voltou ao nível de R$ 5,25.

Vale apontar que, no mercado de juros futuros, as taxas fecharam em alta por conta de um grande leilão de títulos públicos em um momento de preocupação com a inflação. Foram vendidos apenas ontem mais de quatro milhões e meio de títulos atrelados à inflação, em um movimento de alongamento da dívida do Tesouro.

Com poucos eventos no radar lá fora, ganhou importância ontem o dado de construções residenciais iniciadas nos Estados Unidos. O número caiu 9,5% de março para abril, mais do que o esperado pelos analistas, um provável reflexo do encarecimento dos insumos do setor.

E os preços do petróleo voltaram a ser destaque. A commodity recuou 1% ontem, pouco depois de registrar firme alta. Os investidores reagiram a uma possível retomada nas exportações do Irã, o que elevaria a oferta de petróleo no mercado internacional.

Na sessão de hoje, o mercado acompanha de perto a divulgação da ata do comitê de política monetária americano. O documento se refere à reunião realizada no mês passado, quando os dirigentes do Federal Reserve mantiveram a sinalização de que não irão reverter a sua postura estimulativa tão cedo.

No entanto, a capacidade que o BC americano tem de manter essa política vem sendo questionada por parte do mercado, sobretudo após a divulgação, na semana passada, de dados elevados de inflação nos Estados Unidos.

Aqui no Safra, esperamos que a inflação por lá oscile em torno de 4,5% nos próximos meses, com chance de resultados até mais altos. Mas não acreditamos que a política monetária será afetada no curto prazo por esses resultados.

E vale lembrar que estão previstos para hoje discursos de dirigentes do Fed de St. Louis e de Atlanta. Já na agenda doméstica, a Medida Provisória que trata da privatização da Eletrobras deve ser votada hoje, segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.