O risco fiscal seguiu afetando os preços dos ativos ontem no Brasil. No mercado cambial, a maior aversão a risco levou o dólar a ser negociado acima dos R$ 5,50.

Já o Ibovespa, que chegou a operar em firme alta pela manhã, encerrou com mais uma queda de mais de 1%.

Vale apontar a pressão provocada pelo recuo de 6% nas ações da Eletrobras ontem. O bom desempenho operacional da estatal no terceiro trimestre foi ofuscado pelo aumento de cerca de R$ 9 bilhões no provisionamento para contingências judiciais.

Quanto ao cenário mais difícil para os mercados, é importante lembrar que a maior cautela com as contas públicas tem se combinado à perda de embalo da atividade econômica e avanço da inflação.

Ontem, a Secretaria de Política Econômica do governo informou que reduziu a sua projeção de crescimento do PIB para 5,1% e aumentou a do IPCA para 9,7%. Isso em 2021. Para o próximo ano, a estimativa de crescimento caiu para 2,1%, ainda bem acima dos números do mercado, e a de inflação subiu para 4,7%.

No exterior, os índices europeus elevaram um pouco mais os seus recordes de pontuação, enquanto, nos Estados Unidos, segue prevalecendo a realização de lucros.

A inflação continua a ser um dos principais temas lá fora. Ontem o Reino Unido divulgou uma variação anual de preços de 4,2%, a maior em dez anos e mais do que o dobro da meta na região.

A aceleração veio mais forte do que o esperado, e foi puxada por aumentos na energia elétrica e no gás, um comportamento que tende a se intensificar com a chegada do inverno por lá.

Outro assunto acompanhado com atenção pelos investidores é a escolha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a presidência do Fed, o banco central do país. As maiores chances estão entre o atual presidente da instituição, Jerome Powell, e a diretora do Fed Lael Brainard.