A volatilidade seguiu elevada nos Estados Unidos, mas não impediu o Ibovespa de voltar a conquistar o nível dos 110 mil pontos pela primeira vez em mais de três meses. O índice foi puxado ontem principalmente pelas ações da Petrobras e dos bancos, mas os ganhos também se espalharam por outros setores.

Lá fora, a forte queda da General Electric esteve entre os destaques, após a empresa reportar uma receita trimestral abaixo do esperado.

Pelo lado positivo, a Johnson & Johnson, que também divulgou resultados ontem, subiu na Bolsa de Nova York, impulsionada pela projeção otimista de vendas da sua vacina contra a Covid.

E depois do encerramento, a Microsoft anunciou números acima das projeções, mas mesmo assim suas ações recuaram fora da sessão regular.

No noticiário econômico, o FMI atualizou a sua estimativa para o crescimento global para 4,4% neste ano de 2022, uma redução de meio ponto percentual em relação ao previsto anteriormente. Os principais motivos para isso naturalmente estão ligados às duas maiores economias do mundo.

Sobre os Estados Unidos, a revisão do FMI reflete uma expansão fiscal menor do que a planejada pelo governo de Joe Biden, bem como a retirada dos fortes estímulos monetários implementados a partir da pandemia. Já na China, pesam a crise vivida pelo setor imobiliário e uma recuperação mais lenta do consumo.

Aqui no Brasil, acompanhamos ontem os novos dados da arrecadação federal. Com o bom resultado de dezembro, o total acumulado em 2021 foi de praticamente 1,88 trilhão de reais, o recorde da série histórica.

Esse desempenho foi impulsionado por alguns fatores não recorrentes, como os recolhimentos atípicos de impostos corporativos, o forte aumento na arrecadação das importações e do setor de combustíveis, bem como os diferimentos concedidos em 2020 para algumas contribuições previdenciárias.

Hoje estão previstos eventos que serão monitorados de perto pelos investidores. O principal é o anúncio de política monetária do Fed, que irá ocorrer à tarde.

Como o banco central americano não deve alterar a sua taxa básica de juros, a expectativa do mercado é que seja sinalizado um aumento na próxima reunião, prevista para meados de março.

Lembrando que, logo depois do anúncio, as atenções se voltam para o discurso do presidente da instituição, Jerome Powell.

Já aqui no Brasil, o destaque é a prévia da inflação em janeiro. O Safra espera que o IPCA-15 desacelere na margem para 0,46%.