Com uma combinação de realizações no exterior e cautela com o equilíbrio fiscal do Brasil, o Ibovespa perdeu os 122 mil pontos e fechou o último pregão no menor nível em dois meses e meio.
O índice de ações registrou queda de 3,9% no mês de julho, mas ainda sustenta alta de mais de 2% no acumulado de 2021.
A última sessão também foi de correção nas bolsas internacionais, mas alguns dos principais índices do mundo tiveram um resultado mensal positivo. O americano S&P 500 e o europeu Stoxx 600, por exemplo, conseguiram ganhos em torno de 2% em julho.
Na sexta-feira, acompanhamos a divulgação de alguns dados importantes. Aqui no Brasil, o IBGE informou que a taxa de desemprego foi de 14,6% nos três meses até maio, um nível levemente superior à projeção do Safra.
Já o PIB da Zona do Euro cresceu 2% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, enquanto a prévia da inflação para julho na região foi de 2,2% em 12 meses. Os números vieram acima das expectativas.
Nos Estados Unidos, o núcleo do índice PCE ficou abaixo das estimativas do Safra e do mercado, com alta de 3,5% em 12 meses.
O Safra acredita que essa medida de inflação, a preferida do banco central americano, passará a desacelerar ao longo do segundo semestre, graças à acomodação dos preços de commodities, ao restabelecimento das cadeias de produção e à redução dos incentivos fiscais no país.
A primeira semana de agosto prevê novidades importantes para os investidores. Na agenda doméstica, vamos acompanhar atentamente a decisão do Copom, na quarta-feira, bem como o trâmite em Brasília da reforma do imposto de renda. Além disso, está previsto para hoje o saldo da balança comercial no mês passado.
No exterior, os destaques são os novos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que poderão oferecer, na reta final da semana, pistas sobre os próximos passos do banco central americano.
Outro tema importante que continuamos a monitorar é a crise hídrica. Na sexta-feira, a Aneel confirmou que a bandeira tarifária vermelha dois seguirá no mês de agosto.
O Safra calcula que o nível médio dos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste poderá cair, em novembro, a até 11% da capacidade. Isso indica a conveniência de medidas preventivas de racionalização do consumo de energia, a fim de minimizar os riscos de insuficiência no suprimento, especialmente nos horários de pico.