Tivemos ontem uma sessão de firme alta nos mercados, sustentada pela percepção de que as tensões na fronteira da Ucrânia poderão ser resolvidas por vias diplomáticas.

Isso permitiu uma forte recuperação dos papéis no exterior, com destaque para o índice Nasdaq, nos Estados Unidos, que fechou com ganhos de 2,5%.

Aqui no Brasil, a melhora no cenário externo contribuiu para a sexta sessão seguida de alta do Ibovespa. Mesmo com a pressão sobre as ações da Vale e da Petrobras, o índice conseguiu fechar bem acima dos 114 mil pontos, no maior nível em cinco meses.

O movimento positivo foi sustentado pelos papéis do setor financeiro, com destaque para o Banco do Brasil, que subiu quase 5%, após anunciar um lucro recorde de R$ 21 bilhões em 2021.

Ainda sobre o noticiário corporativo, o Tribunal de Contas da União aprovou, com larga maioria, a primeira etapa para a privatização da Eletrobras. A decisão saiu apenas depois do encerramento dos negócios, mas o desfecho foi antecipado pelo mercado, de modo que as ações da estatal encerraram em alta de 6%.

Na frente de dados internacionais, acompanhamos ontem uma forte aceleração nos preços de atacado nos Estados Unidos. O índice PPI avançou 1% em janeiro, maior ritmo desde maio do ano passado.

O resultado veio bem acima das projeções do mercado, levando a inflação aos produtores americanos a acumular 9,7% em 12 meses.

Isso reforça a atenção dos investidores para a ata da última reunião de política monetária do Fed, que será divulgada na tarde de hoje. O documento pode reduzir as incertezas a respeito dos aumentos de juros planejados pela instituição.

Além disso, o mercado repercute os novos dados de inflação em outras economias importantes. Na China, os índices de preços para consumidores e para produtores mostraram um arrefecimento mais importante do que o esperado, o que deu força para o mercado de ações do país.

Já no Reino Unido, a inflação em janeiro teve baixa na margem, mas avançou para 5,5% na comparação anual, elevando a pressão para que o Banco da Inglaterra acelere o passo do ciclo de aperto monetário iniciado no fim do ano passado.