Observamos uma retomada no apetite a risco durante a sessão de ontem, com uma reação positiva dos investidores às sinalizações do presidente do Fed.

Como esperado, Jerome Powell indicou que o atual cenário da economia americana é condizente com os aumentos de juros previstos para este ano, mas ponderou que ainda há um longo caminho até que a política monetária volte ao normal no país.

Powell avaliou que, mesmo diante da nova onda de Covid provocada pela ômicron, a economia americana não precisa mais dos fortes estímulos implementados no início da pandemia.

Em resumo, o discurso mostrou que o foco do banco central americano em 2022 é trazer a inflação de volta para perto da sua meta de 2%.

Hoje, inclusive, o destaque nos Estados Unidos é a leitura para dezembro do índice CPI, que mede a inflação ao consumidor.

O consenso de mercado projeta alta mensal de 0,4%, um ritmo bem abaixo do verificado em outubro e novembro. No entanto, a previsão é que a variação anual, que atingiu o maior nível em 40 anos na última divulgação, avance para 7%.

Já no noticiário interno, a Petrobras comunicou um reajuste nos preços dos combustíveis a partir de hoje. O aumento nas refinarias é de quase 5% na gasolina, e de mais de 8% no diesel.

Ontem, acompanhamos o anúncio do IPCA de dezembro. O avanço de 0,73% veio levemente maior do que a projeção do Safra, e levou o índice de inflação a fechar o ano de 2021 com aumento de 10,06%, bem acima da meta do Banco Central.

O resultado do ano passado foi provocado principalmente pelos preços dos combustíveis. A gasolina, por exemplo, acumulou alta de 47% no ano, enquanto o etanol subiu 62%.

Outro fator de pressão foi o custo da energia elétrica, por conta da cobrança de bandeiras tarifárias mais elevadas, medida que foi desencadeada pela crise hídrica no país.

Além disso, a alta dos alimentos, em especial do café e do açúcar, teve um impacto importante sobre o IPCA, embora menor do que no ano anterior.

Já para este ano de 2022, o Safra espera que o IPCA suba 4,7%, um nível que está dentro do teto da meta do Banco Central.