Com a falta de acordo entre autoridades russas e ucranianas, os mercados voltaram a operar em queda na última sessão. A cautela também foi acentuada pelos dados de inflação nos Estados Unidos em fevereiro.

O índice CPI, que mede o comportamento dos preços ao consumidor, acelerou para 7,9% em 12 meses, um nível que já era esperado pelo mercado, mas que reforça a preocupação dos investidores com o cenário nos próximos meses.

A variação anual da gasolina, por exemplo, já chega perto de 40% por lá, e ainda não reflete o forte encarecimento das commodities provocado pela guerra na Ucrânia nas últimas semanas, que deve impactar especialmente os preços de combustíveis e alimentos.

Hoje, são os dados de inflação no Brasil que estão no radar dos investidores. O Safra espera que o IPCA acelere para 0,91% em fevereiro, acumulando 10,44% em 12 meses.

A expectativa é que as leituras do índice sejam mais moderadas no decorrer do ano, mas o quadro segue desafiador. A partir de hoje, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras sobe quase 20%. Para o diesel, a alta é de 25%. A estatal também elevou em 16% o gás de cozinha.

É o primeiro reajuste da Petrobras em quase dois meses. Mesmo assim, ainda há uma defasagem significativa em relação aos preços internacionais.

O Senado aprovou ontem projetos para tentar compensar os aumentos dos combustíveis no país. As propostas seguiram para a Câmara dos Deputados, e preveem a alteração da regra de incidência do ICMS sobre combustíveis, bem como a criação de um fundo de estabilização que seria abastecido com dividendos da Petrobras, entre outras fontes.

Além disso, as alíquotas de alguns tributos federais sobre diesel, gás e querosene de aviação seriam zeradas até o fim do ano, e entraria em vigor um auxílio mensal de R$ 300 para motoristas autônomos.

Ainda sobre o noticiário interno, tivemos ontem novos dados do Caged. Segundo o levantamento, o país gerou um saldo de mais de 155 mil empregos com carteira assinada em janeiro, um resultado mais fraco do que o previsto pelo Safra.

Já o IBGE divulgou números melhores do que o esperado para o varejo brasileiro. O volume de vendas cresceu 0,8% em janeiro, na comparação com o mês anterior. No entanto, o resultado de dezembro foi revisado para baixo, o que explica boa parte da surpresa em janeiro.