Os mercados recuperaram ontem parte das perdas provocadas pela nova cepa do coronavírus.

Nos Estados Unidos, as altas foram puxadas pelo setor de tecnologia, considerado menos sensível a uma eventual reimposição de restrições às economias para frear a variante ômicron.

Esse risco, no entanto, perdeu força no início da tarde de ontem, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afastou a possibilidade de fechamentos imediatos, incentivando o uso de máscaras e vacinas para manter os contágios sob controle.

Outro fator que contribuiu para reduzir o temor dos investidores foi a leitura de que a ômicron poderia ser menos letal, embora mais transmissível.

Mas vale ponderar que essa hipótese ainda precisa ser confirmada, e que a Organização Mundial da Saúde alertou ontem que a nova variante representa um risco elevado.

Outra novidade importante sobre o tema é que diversos laboratórios que produzem vacinas anti-Covid, como a Pfizer e a Johnson&Johnson, informaram que já estão trabalhando em substâncias específicas para combater a ômicron, caso os imunizantes aplicados atualmente se mostrem ineficazes.

Na frente de indicadores, monitoramos ontem novos dados sobre as contas públicas. O governo anunciou ontem um superávit primário de mais R$ 28 bilhões em outubro, um saldo acima do esperado pelo consenso do mercado.

O resultado equivale a 3,8% do PIB e considera as contas do Tesouro, da Previdência e do Banco Central.

O governo ainda divulgou as suas projeções para a dívida pública, calculando que ela terminará este ano de 2021 em 80,6% do PIB.

Em dez anos, a equipe econômica estima que esse nível deverá recuar para 76,6%, assumindo um crescimento real do PIB de mais de 2% por ano, bem como superávits primários a partir de 2024.

Na agenda de hoje, os destaques internos são os números sobre o mercado de trabalho. O Safra espera que a Pnad mostre um recuo na taxa de desemprego para 12,8%, e que o Caged apresente uma geração de 270 mil postos com carteira assinada.

Em Brasília, a expectativa é que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado vote hoje a PEC dos Precatórios.

Já no exterior, o mercado repercute os números preliminares de inflação na Zona do Euro. E mais tarde, o foco estará no discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell.