O Ibovespa teve ontem mais um dia de alta, em uma sessão novamente marcada por anúncios de política monetária no exterior.

O Banco da Inglaterra se tornou a principal autoridade do mundo a elevar juros desde o início da pandemia, quando os bancos centrais adotaram políticas extremamente estimulativas.

A alta na taxa básica divulgada ontem foi de apenas 0,15 ponto porcentual. Embora não estivesse totalmente fora do radar do mercado, a maior parte dos analistas esperava que o ciclo de aperto por lá fosse iniciado apenas no ano que vem, com uma maior definição sobre os impactos da variante ômicron sobre a economia da região.

A expectativa é que a instituição siga elevando os juros nas próximas reuniões, com o objetivo de frear os preços no Reino Unido.

Segundo o próprio Banco da Inglaterra, a inflação deve atingir um pico em torno de 6% em abril do ano que vem, o triplo da sua meta, um movimento que deve ser provocado em boa parte pelo encarecimento do gás natural.

O Banco Central Europeu, por sua vez, manteve ontem a postura paciente, ainda sinalizando que não deve aumentar juros no próximo ano.

A autoridade da Zona do Euro também confirmou que irá encerrar o seu programa emergencial de compras de ativos em março. Mas prometeu praticamente dobrar o seu programa regular de compras para evitar uma transição brusca.

Além dos bancos centrais, acompanhamos ontem novos números sobre a economia americana.

A produção industrial teve em novembro o segundo mês consecutivo de expansão nos Estados Unidos, alcançando o maior patamar desde setembro de 2019.

Além disso, foram conhecidos os indicadores preliminares de atividade calculados pela Markit.

Os números apontam uma moderação no ritmo das economias durante o mês de dezembro, em especial na Europa, onde a nova onda de Covid afetou o setor de serviços.

Já aqui no Brasil, o Banco Central divulgou o Relatório de Inflação do quarto trimestre. Entre os destaques do documento está a nova projeção da instituição para o PIB do país em 2022, que recuou de 2,1% para apenas 1%.

O número é superior à estimativa do Safra, de 0,2%, e da mediana coletada no último Relatório Focus, de 0,5%