Ontem voltamos a ver um dia de aversão ao risco ao redor do mundo. A Bolsa brasileira fechou com uma queda de 4,5%, aos 95.369 pontos, e o dólar chegou próximo dos R$ 5,80, mas perdeu força e encerrou aos R$ 5,76 após o Banco Central injetar cerca de 1 bilhão de dólares. 

Nos mercados internacionais, o dia também foi de perdas. Nos Estados Unidos, o S&P 500 registrou queda de 3,5%. Na Europa, o índice Stoxx 600 recuou 3%. O barril de petróleo negociado em Londres e em Nova York caiu mais de 5%.

Confira os principais assuntos do mercado financeiro no Morning Call:

Lockdown na Europa

Comentamos nos últimos dias sobre o avanço da pandemia na Europa e nos Estados Unidos, e as incertezas que isso traz para a recuperação econômica. E ontem tivemos um novo capítulo na crise: Alemanha e França anunciaram um lockdown parcial, que vai vigorar por cerca de um mês.

As medidas são menos duras do que aquelas impostas no primeiro semestre, mas bares e restaurantes serão fechados, e diversas medidas para diminuir a circulação de pessoas serão retomadas. Diferentemente do que aconteceu no começo do ano, no entanto, as escolas continuarão abertas.

As novas regras entram em vigor amanhã, na França, e segunda-feira, na Alemanha, e têm duração de cerca de um mês.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também alertou ontem que os casos devem continuar subindo na Europa pelas próximas duas ou três semanas. Outros países também estudam medidas mais duras.

Já nos Estados Unidos, os novos casos também seguem em uma crescente, chegando aos números mais altos desde o início da pandemia. Somente nos últimos sete dias, foram mais de 500 mil infecções.

Cautela nos investimentos

Momentos de incertezas como esse reforçam a importância de manter uma carteira diversificada e a necessidade de manter o foco nos objetivos de médio e longo prazo.

Assim como reforçamos nos períodos mais agudos da crise, sugerimos evitar promover grandes alterações nas carteiras em momentos de alta volatilidade.

Copom

O cenário internacional segue intenso e demanda acompanhamento, mas no Brasil também tivemos notícias importantes. Ontem à noite, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, manteve a taxa Selic no patamar de 2% ao ano, conforme era amplamente esperado. 

No comunicado, o Copom mencionou a pressão inflacionária de curto prazo, mas voltou a ressaltar que este é um choque temporário, e reforçou a importância da trajetória fiscal para a manutenção dos juros baixos. Ele também reafirmou que o espaço para novos cortes, se houver, é pequeno.

Petrobras, Vale, Bradesco

Também na noite de ontem, três das maiores empresas listadas na Bolsa, a Petrobras, a Vale e o Bradesco, divulgaram seus balanços do terceiro trimestre.

O Bradesco anunciou um lucro de 5 bilhões de reais, que representa uma queda de cerca de 30% sobre o terceiro trimestre do ano passado, mas veio ligeiramente acima do esperado pelo nosso time de análise, que previa ganhos de 4,7 bilhões de reais. 

Já a Petrobras contrariou a projeção de lucro e revelou um prejuízo de 1 bilhão e meio de reais. Segundo a estatal, apesar da retomada nas receitas, esse resultado foi influenciado por despesas financeiras.

Enquanto isso, a Vale reportou um lucro líquido de 2,9 bilhões de dólares, número 76% maior do que o resultado do terceiro trimestre do ano passado, mas ligeiramente abaixo dos 3,2 bilhões de dólares projetados pela equipe de análise da nossa Corretora.

Ao longo do dia, publicaremos na Central de Conteúdo as análises completas dos nossos times de especialistas sobre esses três balanços e sobre o Copom.