Depois de uma semana de tom mais positivo, marcada por estímulos extraordinários em todo o mundo, começamos esta semana com grandes expectativas em relação à evolução da pandemia.

O avanço do coronavírus e as medidas de restrição dos governos estão em uma escalada. Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma ampliação das medidas de distanciamento social até 30 de abril.

Essa é uma mudança de postura relevante no modo como os americanos estão enfrentando a crise, já que Trump havia anunciado na semana passada que gostaria de ver a economia reaberta até a Páscoa, em duas semanas.

Essa nova postura vem depois de um dos maiores especialistas no assunto alertar para a possibilidade de que pode haver até 200 mil mortes por coronavírus nos Estados Unidos. Trump complementou que, se nada fosse feito, o número de mortos poderia chegar a 2,2 milhões pessoas.

O presidente dos Estados Unidos ainda deve conceder uma nova coletiva na terça-feira, para trazer mais dados. No entanto, ele adiantou que o pico de mortes provavelmente deve ocorrer daqui a duas semanas. O país é hoje o epicentro da crise no mundo, com mais de 142 mil infectados.

Outros países, onde a quarentena se encerraria agora no final de março, também anunciaram uma ampliação das medidas de confinamento até meados de abril. É o caso de França, Espanha e Bélgica, por exemplo.

Para o nosso time de Macroeconomia, está cada vez mais claro que estamos diante de uma das mais graves crises globais da história. Na avaliação de nossa equipe, parece que ainda estamos distantes de uma diminuição dos impactos da doença.

Por conta desse elevado grau de incerteza, as projeções da equipe de Macroeconomia do Safra estão constantemente sob revisão. É possível que a queda do PIB seja menor do que os 2,8% previstos atualmente, a depender de como vão andar as políticas de estímulos.

Confira o vídeo abaixo:

Segundo levantamento feito pelo nosso time de Macroeconomia com os dados disponíveis até sexta-feira, as medidas para amenizar os efeitos da pandemia totalizam R$ 415 bilhões, o que representa 5,7% do PIB. Nos EUA, o pacote anunciado já chega a quase 10% do PIB.

Seguimos atentos a possíveis novos anúncios. Com isso, a agenda de indicadores econômicos deve continuar em segundo plano, com as atenções voltadas para eventos fora do calendário. Isso já aconteceu na semana passada, quando tivemos uma série de anúncios extraordinários de governos e autoridades no Brasil e no exterior.

Nesta manhã, as bolsas europeias operam em leve baixa, enquanto os futuros de índices de ações nos EUA registram pequenas perdas.

Alocação de recursos
O momento é de bastante incerteza, mesmo para os especialistas da área da saúde e para os governos. Nesse ambiente, é muito comum que haja perguntas sobre o que fazer com a carteira de investimentos. Nosso estrategista Jorge Sá ressalta que é preciso separar o que é dinheiro novo para investir do que já está aplicado desde antes da crise.

Para recursos novos, a recente queda nos preços em todos os mercados abriu grandes oportunidades, desde a renda fixa até a renda variável. Mas fica um alerta: é possível que o curto prazo ainda seja marcado por bastante volatilidade, então antes de tomar alguma decisão converse com os nossos especialistas.

Já, para os investimentos que estavam alocados antes da crise, se você não precisar desse recurso no curto prazo, a indicação é que não sejam feitos movimentos fortes e que se evite realizar prejuízos, uma vez que acreditamos na recuperação dos preços no médio ao longo prazo.