Durante o fim de semana, o coronavírus seguiu avançando com força no Ocidente. Na Europa, já são 160 mil casos confirmados, o dobro do observado na China. Os Estados Unidos têm cerca de 35 mil. Por aqui, o número passa de 1,5 mil e segue em forte aceleração. 

Com isso, a semana começa com algumas das maiores economias do mundo parando. Países como Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Chile anunciaram nos últimos dias alguma medida de quarentena ou restrição de circulação de pessoas. Diversos Estados do Brasil também seguem a mesma tendência, como São Paulo, onde se anunciou o fechamento de todos os serviços não essenciais por 15 dias. 

São medidas importantes para conter o vírus, mas geram efeitos severos sobre a economia. Já se fala, inclusive, em um grande salto no desemprego mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, um membro do banco central americano, James Bullard, projetou que a taxa de desemprego pode ir a 30% nos próximos meses. Atualmente, ela está abaixo de 4%. 

Confira as explicações no Morning Call desta segunda-feira:

   

Ontem, o Senado dos Estados Unidos barrou um significativo pacote de estímulos de US$ 1,8 trilhão, o que também adiciona pessimismo às negociações. Com a percepção de uma economia mundial bastante negativa, os contratos futuros de índices de ações nos Estados Unidos atingiram o limite de perdas de 5% nesta madrugada. Na Europa, as bolsas chegam a cair mais de 4%. 

No Brasil, nosso time de Macroeconomia atualmente prevê uma queda de 0,3% no PIB deste ano. Apesar de termos anunciado este número na semana passada, o atual panorama mundial nos obriga a manter esse número sob constante revisão, com claro viés negativo. 

Novas medidas no Brasil
Na tentativa de combater os efeitos do coronavírus, o governo brasileiro revelou medidas que somam cerca de R$ 180 bilhões. Em adição a esse número, ontem o BNDES também anunciou um pacote de R$ 55 bilhões para ajudar as empresas e trabalhadores. 

Entre as iniciativas, estão a ampliação de crédito para micros e pequenas empresas, com carência de até dois anos; a suspensão da cobrança de juros e principal por seis meses para grande parte da carteira de créditos; e a transferências de recursos entre o fundo PIS-Pasep para o FGTS. 

Para o nosso time de Macroeconomia, essas medidas seguem na direção correta, uma vez que a resposta para a crise deve vir de uma combinação entre políticas monetária e fiscal. No entanto, seguiremos atentos, porque outras medidas devem ser anunciadas nos próximos dias. 

Agora de manhã, por exemplo, o presidente do Banco Central do Brasil convocou uma entrevista coletiva que vale ser acompanhada de perto.