Os primeiros sinais dos mercados internacionais são positivos para este começo de semana. O motivo para isso são notícias de que o número de novos infectados pelo coronavírus está perdendo força em diversos países da Europa, principalmente Itália, Espanha e Alemanha. Em Nova York, onde a situação também é crítica, o domingo marcou o primeiro dia de desaceleração no número de mortos.

Com isso, as negociações de contratos futuros dos índices de ações dos Estados Unidos registram ganhos próximos de 4% nesta manhã. Na Europa, as bolsas operam em alta de mais de 3%.

No entanto, é importante lembrar que o número de infectados continua muito elevado, e que o cenário continua sendo de incertezas e volatilidade. Segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, o número de casos confirmados se aproxima de 1,3 milhão no mundo todo, com cerca de 70 mil mortes.

Veja abaixo os comentários de nosso estrategista Jorge Sá:

Expectativa por preço do petróleo

Outro tema importante nos mercados é uma possível guinada na guerra de preços de petróleo. A reunião entre a Opep e países aliados, que aconteceria nesta segunda-feira, foi adiada para quinta-feira.

Há expectativa de que nesse encontro seja discutida uma trégua na disputa  iniciada entre Rússia e Arábia Saudita no mês passado. Esse foi um dos temas que trouxe mais volatilidade aos mercados em março.

Também na quinta-feira teremos outros dois dados econômicos importantes. Números para a inflação de março no Brasil, e novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Lembrando que no acumulado das duas últimas leituras, os novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos chegam a 10 milhões em duas semanas.

Quanto ao restante da semana, que é mais curta devido ao feriado de sexta-feira, a agenda de indicadores econômicos é mais leve. As atenções ficam para pronunciamentos e anúncios fora da agenda de autoridades e governos.

Déficit fiscal de R$ 431 bilhões

Para o time de Macroeconomia do Safra, a economia deve sofrer um forte impacto neste segundo trimestre, com a queda do PIB podendo chegar a uma magnitude próxima a 10%.

No entanto, para o segundo semestre a expectativa é de forte crescimento, com o PIB encerrando o ano em queda de 2,8%. O movimento de alta no segundo semestre deve acontecer, em grande parte, porque a base estará muito mais fraca, mas também porque as medidas de injeção de recursos aos poucos devem começar a surtir efeito.

O time de Macroeconomia do Safra fez um levantamento das principais medidas que foram anunciadas pelo governo até o final da semana passada. O montante chega a R$ 434 bilhões.

Deste valor, os programas mais relevantes são destinados à população vulnerável, com R$ 181,4 bilhões, e em programas para a manutenção de emprego, com R$ 151,0 bilhões.

Os gastos extraordinários devem ficar restritos a 2020, mas a grande dúvida é como essa conta será paga no futuro e com que velocidade iremos retomar à pauta de ajuste fiscal. Para esse ano, projetamos um déficit fiscal de R$ 431 bilhões, sendo que no início do ano essa projeção era inferior a R$ 70 bilhões.