Em um dia de informações econômicas importantes, o Ibovespa encontrou fôlego na Petrobras e na Vale para sustentar o seu sexto pregão consecutivo de alta.

Como esperado pelo Safra, o IPCA apresentou queda de 0,68% em julho, puxado para baixo pelos preços da gasolina, etanol e energia elétrica. Foi a menor taxa da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

Além da variação negativa de combustíveis e contas de luz, contribuiu para o alívio a desaceleração observada em itens de vestuário que vinham sendo fontes de pressão.

O movimento está associado ao recuo nos preços do algodão, uma das principais matérias-primas da indústria têxtil.

Por outro lado, o grupo de alimentos e bebidas acelerou, pressionado pelo leite, e a inflação de serviços surpreendeu levemente para cima. De todo modo, a expectativa do Safra é de mais uma deflação no IPCA de agosto.

Já a Ata do Copom trouxe mais detalhes sobre as premissas e projeções do comitê, enfatizando que a incerteza é maior do que de costume.

O documento destacou, por exemplo, o aumento da probabilidade de cenários de desaceleração mais pronunciada da atividade global, em meio aos problemas de energia na Europa, aos impactos dos aumentos de juros nos Estados Unidos e às perspectivas de crescimento mais gradual na China.

No cenário doméstico, por sua vez, a avaliação é que o prolongamento de políticas de apoio à renda pode elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionam a demanda agregada e pioram a trajetória fiscal.

O pregão de hoje deve ser movimentado pelos dados de inflação em julho nos Estados Unidos.

O consenso de mercado prevê uma moderação no índice de preços ao consumidor tanto na margem, quanto na comparação anual, que atingiu o maior nível desde 1981 na última leitura.

O número é bastante aguardado e pode afetar as expectativas dos investidores para as próximas decisões do Fed.

A maior parte do mercado espera hoje um novo aumento de 0,75 ponto percentual na reunião de setembro, um ritmo de aperto mais forte do que o adotado usualmente por lá.

Enquanto isso, aqui no Brasil, o IBGE publica a Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de junho.

A projeção do Safra é de retração de 0,4% nas vendas do varejo na modalidade restrita, após cinco meses seguidos de taxas positivas.