As medidas de estímulo para combater o coronavírus continuam a dar o tom do noticiário. Depois de uma série de bancos centrais se pronunciarem com cortes de juros, ontem foi a vez de serem lançadas novas iniciativas para ajudar, principalmente, as empresas.

Os Estados Unidos retomaram um programa para compra de dívidas corporativas de curto prazo, e Trump solicitou ao Congresso um pacote de ajuda de mais de 1 trilhão de dólares. Medidas semelhantes aconteceram em outros países. O Reino Unido lançou um pacote de 350 bilhões de libras para ajudar empresas, e a Espanha anunciou um programa de 200 bilhões de euros para apoiar a economia. E anteontem, a França também já havia aprovado um pacote de 300 bilhões de euros.

Apesar da recuperação dos mercados no dia de ontem, esses anúncios de estímulos acontecem à medida que se tornam mais reais os temores de uma recessão global.  Injeções de recursos através destes pacotes de incentivos são muito eficientes na tentativa de evitar o desaquecimento das economias e afastá-las de uma possível recessão. Ontem, por exemplo, foi divulgado o índice ZEW, que mede as expectativas para a economia alemã. Esse indicador registrou a pior queda em um mês desde 1991. Por isto, os estímulos econômicos são tão esperados pelos mercados.

Nosso estrategista de investimentos Jorge Sá explica os principais temas do dia em nosso Morning Call. Confira o vídeo abaixo: 

Brasil: dados do IBGE, calamidade pública e Copom

No Brasil, o IBGE divulgou ontem que, por conta do coronavírus, irá suspender as coletas presenciais de dados para o cálculo da taxa de desemprego no relatório oficial do Governo, a Pnad Contínua. Ainda continuam em estudo medidas alternativas para a coleta, mas a notícia adiciona incertezas ao cenário e pode dificultar a leitura dos efeitos da crise na economia brasileira.

Ontem à noite, o Governo brasileiro informou que solicitará ao Congresso a decretação do Estado de Calamidade Pública. Caso seja decretado, o cumprimento da Meta Fiscal é suspenso, e assim é possível aumentar os gastos públicos com saúde.

Para hoje, ficamos na expectativa pela reunião do Banco Central. O time de Macroeconomia do Safra espera um corte de juros de meio ponto percentual, mas, dada a piora na economia, já não desconsidera cortes maiores. Entretanto, a dispersão das expectativas do mercado é grande, e vão desde a manutenção da Selic, ou seja, sem cortes, a até mesmo corte de 1%.

Eleições norte-americanas

Enquanto seguimos acompanhando de perto a evolução do coronavírus no mundo, cada vez mais políticos promovem discursos para acalmar os mercados e propor auxílios monetários e fiscais.

E neste tema, acompanhar as eleições norte-americanas é importante para o mundo inteiro. Começamos a ver definições mais claras. Ontem tivemos mais uma superterça nos Estados Unidos, com cerca de 10% dos delegados indo às urnas. Os resultados começaram a sair na madrugada e, segundo a imprensa local, apontam para mais uma vitória de Joe Biden. Com isso, cresce a possibilidade de Bernie Sanders renunciar à corrida, o que confirmaria Biden como adversário de Donald Trump nas eleições deste ano.