O Ibovespa retomou ontem os 80 mil pontos, após operar por mais de um mês abaixo desse nível. Nos Estados Unidos, o S&P 500 também voltou a encerrar os negócios em firme alta.

O movimento positivo teve impulso na recuperação dos preços do barril de petróleo, que vinham despencando. No mercado futuro americano, o WTI para junho fechou a sessão de ontem em alta de quase 20%.

Uma das influências sobre o preço da commodity veio de Donald Trump. Por meio de suas redes sociais, o presidente dos EUA afirmou ter dado ordens para que embarcações do Irã sejam abatidas se assediarem navios americanos. A manifestação recolocou em cena a tensão entre os dois países, que já havia elevado os preços do barril de petróleo no início do ano.

O real, por outro lado, não acompanhou o movimento do mercado de ações e se desvalorizou, na contramão de outras moedas emergentes. Contribuiu para o movimento a percepção de que o Banco Central será mais incisivo nos cortes de juros, o que tende a diminuir a procura pela moeda brasileira.

As apostas do mercado passaram a embutir muito recentemente um corte mais agressivo na Selic, de 0,75 ponto porcentual na próxima reunião de política monetária do BC. Nesse cenário, o dólar fechou a quarta-feira no maior valor nominal da história, bem perto de R$ 5,41.

O cenário-base do time de Macroeconomia do Safra supõe um corte de 0,5 ponto porcentual na Selic na próxima reunião, levando a taxa a 3,25% ao ano. Mas nossos especialistas concordam que há um viés de corte mais agudo.

E agora de manhã são divulgados os dados semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos, uma das estatísticas que mostra com menos defasagem o impacto econômico da crise. Todos que nos acompanham no Morning Call do Safra sabem o quanto o mercado se mantém atento a essas divulgações.

O total de novos pedidos nas últimas quatro semanas reportadas já passa dos 20 milhões, nível recorde, mas a boa notícia é que o número já começou a desacelerar. A expectativa do mercado é que o ritmo continue a cair e que desta vez sejam computados 4,5 milhões novos pedidos.

Aqui no Brasil, o governo federal divulgou ontem informações sobre um plano de recuperação da economia após a crise. Segundo o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o plano prevê R$ 30 bilhões de investimentos públicos e R$ 250 bilhões em contratos de concessões à iniciativa privada. O detalhamento das ações deve ser feito em setembro, e a ideia é que o programa comece a ser implementado em outubro.

Continuamos também a monitorar o que vem sendo feito para combater a Covid-19. No exterior, pesquisas em busca de uma vacina contra a doença vêm avançando. Na Alemanha, o governo informou ontem que os primeiros ensaios em pacientes já foram autorizados.

E hoje também começam no Reino Unido os testes em humanos de uma vacina desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford.

Veja os comentários dos nosso estrategista Jorge Sá:

SP apresenta plano de retomada

O governo de São Paulo apresentou ontem um plano para organizar a retomada da economia no Estado. A liberação vai acontecer conforme a disponibilidade de leitos hospitalares em cada região, entre outros fatores.

A retomada será monitorada por um conselho formado por especialistas e será iniciada a partir do dia 11. Até lá, nada muda em relação à quarentena que está em vigor. Serão informadas apenas no dia 8 de maio as regiões e estabelecimentos que serão liberados.

O governo de São Paulo também afirmou ontem que as políticas de confinamento não paralisaram totalmente a atividade no Estado. De acordo com o vice-governador, praticamente 74% da economia paulista continuou funcionando desde o início da quarentena.

Nesta tarde vamos conversar ao vivo com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sobre os desafios que o setor vem enfrentando e as propostas da pasta para apoiar os produtores durante a crise. Acompanhe ao vivo a partir das 15h.