A primeira semana do ano foi marcada pela cautela com o aumento de juros previsto nos Estados Unidos. O Ibovespa encerrou com queda semanal de 2%, apesar da valorização dos papéis da Vale. O índice S&P 500 teve desempenho similar, com recuo de 1,9% no período.

Os ativos de risco foram pressionados pelo forte salto nos rendimentos dos títulos públicos americanos, um movimento que foi acentuado pela ata de política monetária do Fed.

Além de encaminhar o encerramento do seu programa de compras, o banco central americano considera reduzir o seu estoque de ativos a partir do início do ciclo de alta de juros.

Um dos fatores que influenciam esse processo é a saúde do mercado de trabalho, e o relatório de emprego do país trouxe sinais mistos na sexta-feira.

Por um lado, a criação de vagas decepcionou em dezembro. Por outro, os salários aumentaram e o comportamento da taxa de desemprego veio melhor do que o esperado, recuando para 3,9%.

Ainda no exterior, a inflação na Zona do Euro tem sido outra fonte de preocupação. A prévia de dezembro indicou alta anual de 5%, nível inédito que reforça a pressão sobre a autoridade monetária da região, que vem mantendo uma postura paciente.

A semana que se inicia prevê dados econômicos com potencial para afetar os negócios. Aqui no Brasil, será conhecida amanhã a leitura do IPCA para o mês de dezembro.

Além disso, a reta final da semana terá as pesquisas mensais do IBGE sobre o varejo e sobre o setor de serviços em novembro.

No exterior, os destaques devem ser os novos dados de inflação nos Estados Unidos e na China, bem como o primeiro discurso do ano do presidente do Fed, Jerome Powell.

Também ganha importância a temporada de balanços das empresas americanas, já que na sexta-feira alguns dos principais nomes do setor financeiro irão reportar seus números do quarto trimestre.

Vale lembrar que os impactos da ômicron seguem no radar do mercado. Na sexta-feira, por exemplo, a Alemanha anunciou novas restrições para tentar conter o avanço da variante do coronavírus.