Ontem, o Ibovespa subiu e engatou a quarta sessão consecutiva de alta. O índice foi impulsionado pelas ações mais expostas ao preço das commodities após o Minério de Ferro e o Petróleo fecharam o dia em recuperação, devido ao afrouxamento dos lockdowns na China e com o conflito no leste-europeu.

No exterior, as bolsas norte-americanas fecharam em tendência de queda. Os investidores seguem preocupados com o ritmo de crescimento da economia global, que pode ser afetado devido ao aumento de juros nas principais economias mundiais para conter o avanço da inflação.

Na agenda de indicadores local, o Banco Central divulgou o resultado primário do setor público consolidado de março, com superávit de R$ 4,3 bilhões. O resultado veio acima da expectativa de mercado, que estimava déficit de R$ 1,4 bilhões, e da nossa projeção, de superávit de R$ 0,2 bi.

Nos 12 meses encerrados em março, o setor público obteve superávit primário de R$ 122,8 bilhões. A dívida bruta do governo ficou em R$ 7,0 trilhões em março, equivalente a 78,5% do PIB e 0,8 p.p. abaixo do registrado em fevereiro. Essa evolução aconteceu principalmente do crescimento do PIB nominal e da valorização cambial.

A temporada de balanços também segue movimentado o mercado, com para a divulgação do balanço da Cemig. A empresa reportou um balanço operacional em linha com nossas expectativas. Para os próximos trimestres, vemos as iniciativas de redução de custos e desinvestimento de ativos não essenciais como uma agenda positiva, mas a maior parte de seus benefícios parece já contemplada nos preços atuais.

Além disso, o resultado das eleições estaduais de 2022 pode trazer ruído em torno do tema da privatização, o que pode beneficiar as ações.

Vale mencionar que ontem a Magazine Luiza também divulgou o balanço trimestral e hoje os investidores devem repercutir os números na sessão de hoje.

Na agenda de indicadores de hoje, destaque para IGP-10, da FGV, responsável por acompanhar o movimento de preços variados, desde matérias primas até bens e serviços ao consumidor final.

 

Esperamos uma forte desaceleração da inflação na ponta, que deve passar dos 2,48% de abril para 0,32% nesse mês. Em 12 meses, a inflação acumulada deve chegar a 12,39%, vindo de 15,67% no mês anterior.

No cenário internacional, o mercado monitora dados sobre emprego e PIB da Zona do Euro referente ao primeiro trimestre de 2022.