A principal notícia dos últimos dias vem do mercado de petróleo. O tão aguardado acordo para diminuir a produção da commodity foi finalmente anunciado neste domingo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, grupo conhecido como Opep+, concordou em cortar 10% da produção global de petróleo, equivalente a 9,7 milhões de barris.

O acordo marca o fim da guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia. A disputa entre os dois países elevou a oferta de óleo, em meio a um choque de demanda causado pela pandemia de coronavírus. Como consequência, os preços do barril chegaram a cair mais de 60% no ano.

A assinatura do acordo estava prevista para a última quinta-feira, mas quase foi por água abaixo por conta de uma resistência dos mexicanos em cortar a produção. Agora, quase 10 milhões de barris deixarão de ser produzidos por dia no mundo, diminuindo a pressão sobre os preços.

Ainda no cenário internacional, a Índia estendeu por mais duas semanas as medidas de distanciamento social. As restrições, que atingem mais de um bilhão de pessoas, terminariam amanhã, mas continuarão a valer por mais duas semanas. As autoridades indianas já confirmaram 239 mortes por coronavírus no país.

Aqui no Brasil, a doença já causou 1.223 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, há mais de 22 mil casos confirmados no país.

Em relação à economia, as operações de auxílio à população vêm avançando. A Caixa Econômica Federal informou que cadastrou 32,7 milhões de pessoas que pediram o auxílio emergencial de R$ 600.

E outra projeção importante foi divulgada sobre a economia brasileira. De acordo com o Banco Mundial, o PIB do Brasil deve fechar o ano de 2020 com queda de 5%. Lembrando que a projeção atual do nosso time de Macroeconomia para o PIB é de contração de 2,8% no ano. O Banco Mundial também divulgou previsões para outros países da América Latina. No México, por exemplo, é esperada uma queda de 6%, e na Argentina, de 5,2%.

Veja abaixo os comentários de nosso estrategista Jorge Sá:

Taxa Selic

A taxa de juros é uma variável fundamental da economia e, diante da crise do coronavírus, há um forte debate em curso sobre o que o Banco Central deveria fazer com a Selic. De nossa parte, mais do que avaliar quais medidas seriam mais acertadas, nossos especialistas buscam antever as tendências da política monetária para melhor fundamentar nossas recomendações.

Desse modo, nosso time de Macroeconomia entende que, em meio a um cenário de PIB e inflação fracos, seria possível observar uma queda da taxa de juros abaixo dos 3%. No entanto, nossos especialistas acreditam que o último movimento de redução da Selic no ano acontecerá em maio, deixando a taxa em 3,25% ao ano. Isso porque o Banco Central vem sinalizando que vai privilegiar medidas de injeção de liquidez no sistema financeiro.

Além disso, o BC aguarda a aprovação da legislação que vai permitir que ele compre títulos públicos e privados no mercado secundário, prática corrente em outros países. Nossa equipe espera que a medida seja aprovada no Senado nesta semana, o que dará mais liberdade para o Banco Central mitigar a crise nos mercados.