Com um volume de negócios reduzido pelo feriado nos Estados Unidos, o Ibovespa operou no campo negativo durante o pregão de ontem.

Diante do noticiário menos movimentado, ganhou destaque o recuo da Braskem na Bolsa. Os papéis da empresa de petroquímicos foram pressionados pela oferta subsequente de ações protocolada pela Petrobras e pela Novonor, antiga Odebrecht.

O movimento já estava no radar do mercado, uma vez que as duas empresas haviam informado no ano passado a intenção de vender o controle da Braskem.

Na agenda interna, o Relatório Focus não trouxe grandes alterações nas expectativas dos analistas. Após a divulgação, na semana passada, de um avanço um pouco mais forte do que o esperado do IPCA, as projeções para a inflação em 2022 e 2023 tiveram um leve aumento.

Também acompanhamos ontem a divulgação do IBC-Br. Após quatro quedas seguidas, o índice do Banco Central avançou 0,7% em novembro, indicando uma atividade econômica mais aquecida do que a previsão do Safra para o mês. Com isso, a projeção para o resultado em dezembro agora é de alta de 0,9%.

Lembrando que o nosso cenário-base para o PIB de 2021 é de crescimento de 4,5%. O resultado oficial, que utiliza uma metodologia diferente do IBC-Br, será informado pelo IBGE apenas no início de março.

Vale destacar que a boa surpresa de novembro pode ter sido influenciada pelo impulso temporário da Black Friday ao consumo. Nesse sentido, o otimismo com o crescimento brasileiro é limitado pelo aumento de juros em curso no país, que tem um efeito defasado sobre a demanda.

Além disso, é importante considerar o aumento de casos de Covid-19, um reflexo da variante ômicron. Caso haja restrições mais fortes, como tem ocorrido em outros países, algumas atividades de serviços, como de turismo, podem ser prejudicadas.

Porém, a expectativa do Safra é que o impacto não seja tão grande quanto os de ondas anteriores de contágio, graças ao melhor conhecimento sobre as características do vírus e à ampla campanha de vacinação no país.