O Ibovespa voltou a terminar os negócios de terça-feira com ganhos. O índice chegou a operar em forte alta de quase 3% logo pela manhã, mas moderou os ganhos e fechou aos 79 mil pontos. O dólar, por outro lado, seguiu em valorização frente ao real, cotado a R$ 5,59.

Ajudou por aqui a alta dos preços do barril de petróleo, que vêm em forte queda desde o início da crise. Tanto a referência global quanto a referência americana da commodity tiveram ganhos de dois dígitos ontem, o que impulsionou as ações da Petrobras, que representam sozinhas quase 10% do Ibovespa.

Também deu impulso à alta o otimismo dos investidores nos Estados Unidos com o início do relaxamento das políticas de isolamento. O governo da Califórnia, por exemplo, detalhou ontem as etapas iniciais para diminuir as restrições às atividades. Segmentos do comércio no Estado mais rico do país poderão voltar a funcionar parcialmente a partir desta sexta-feira.

Confira, abaixo, os comentários do nosso estrategista Jorge Sá:

Socorro a estados e municípios

Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite, com larga maioria, o texto-base do projeto de socorro a estados e municípios. Com a conclusão da votação dos destaques, a proposta deve voltar ao Senado, já que o projeto foi alterado.

O pacote aprovado ontem gira em torno de R$ 125 bilhões, entre transferências diretas e revisões de dívidas. Desta vez, ficou acertado o congelamento de salários dos servidores como contrapartida ao auxílio da União. Outra diferença para o texto que havia sido aprovado no mês passado é o valor fixo da ajuda, no lugar de uma recomposição de receitas contestada pelo governo federal por onerar mais o Tesouro.

Embora o texto tenha gerado discussões, em especial sobre a distribuição dos valores entre os entes federativos, o que prevaleceu foi a urgência em liberar recursos para que prefeitos e governadores possam enfrentar a crise do coronavírus em suas regiões.

Produção industrial em forte baixa

A produção industrial recuou 9,1% em março, considerando a variação mensal com ajuste sazonal, na maior queda desde a greve dos caminhoneiros, em 2018. O número divulgado ontem pelo IBGE veio pior do que o mercado e a equipe de Macroeconomia do Safra esperavam.

Nossos especialistas apontam que todos os grandes grupos que compõem a pesquisa apresentaram resultado negativo, com destaque para o recuo de bens de consumo duráveis e de bens de capital. Considerando que as paralisações afetaram mais empresas em abril, nosso time projeta que a queda tenha sido ainda mais forte no mês passado.

Nota de crédito do país em perspectiva negativa

Também ontem, a Fitch, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, manteve a nota de crédito do Brasil a três níveis do grau de investimento. E, diante das incertezas sobre a duração e intensidade da pandemia, entre outros fatores, a agência revisou a perspectiva do país de estável para negativa.

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No início de cada mês, a Safra Corretora divulga quais são as ações mais recomendadas para compor um portfólio diversificado a partir das empresas com as melhores perspectivas segundo nossos analistas. Se você quiser entender o que fundamentou as escolhas de nossos especialistas para o mês de maio, veja o vídeo no YouTube.

E daqui a pouco vamos conversar com mais um dos principais executivos do país. O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, vai falar ao vivo conosco sobre os desafios do setor elétrico, que vem enfrentando uma queda no consumo e alta na inadimplência, em consequência da crise do coronavírus. Acesse o link e acompanhe a conversa a partir das 11h.