O Ibovespa acumulou uma alta total de 1,2% nas três sessões da semana passada, impulsionado pela demanda dos investidores por ações do setor de commodities.

O índice assim foi liderado no período pelos papéis de siderúrgicas e de empresas privadas de petróleo, dada a apreensão dos investidores com a política de preços da Petrobras.

A estatal não promove um reajuste dos combustíveis há quase dois meses, levando a uma defasagem de mais de 20% em relação aos preços internacionais.

Isso porque o barril de petróleo já se aproxima dos US$ 140, no maior nível desde 2008, pressionado pela possibilidade de um boicote às exportações da Rússia, uma medida que é estudada pela Casa Branca atualmente.

Já no mercado de câmbio, o dólar teve queda semanal de 1,5%, graças ao ingresso de recursos no Brasil, que, ao menos do ponto de vista geográfico, é menos exposto ao conflito na Ucrânia.

Na Europa, por outro lado, a cautela com os bombardeios russos, que chegaram a incendiar a maior usina nuclear do continente, levou o índice Stoxx 600 a despencar 7% na última semana, a pior variação desde março de 2020.

A última sessão foi movimentada pelo anúncio de números importantes interna e externamente. No Brasil, como o Safra previa, o PIB cresceu 4,6% no ano passado, recuperando as perdas provocadas pela pandemia em 2020.

Já o avanço de 0,5% na margem foi um desempenho melhor do que o esperado. No entanto, a diferença se deve principalmente ao cálculo do ajuste sazonal, de modo que a projeção do Safra para este ano de 2022 segue de crescimento de apenas 0,2%.

Como o alto nível dos juros e da inflação devem provocar uma retração no consumo das famílias e nos investimentos das empresas, essa leva expansão do PIB deve ser sustentada pela recomposição dos estoques em alguns setores, como o de automóveis.

A perspectiva para a economia dos Estados Unidos, por sua vez, é mais positiva. Na sexta-feira, foi informada uma geração de empregos em fevereiro mais forte do que se previa, combinada a um recuo na taxa de desemprego para 3,8%. Isso reforça a expectativa de que o Fed irá iniciar o ciclo de alta de juros na semana que vem.

Quanto aos próximos dias, as atenções do mercado se dividem entre o conflito no leste europeu e a divulgação de novos dados de inflação no Brasil, na China e nos Estados Unidos.