Cautela foi a palavra de ordem nos mercados ontem. Vimos a Bolsa em queda e o dólar superando a barreira dos R$ 5,80.

O grande destaque ficou para a possibilidade de uma segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus. Esse temor aparece à medida que grandes economias da Europa e da Ásia começam a afrouxar suas regras de isolamento social.

Nesse cenário, a OMS, a Organização Mundial da Saúde, reforçou ontem que os países precisam continuar extremamente vigilantes para evitar essa segunda onda, e devem estar preparados para retomar as medidas de controle caso a doença voltar a ganhar força.

Veja os comentários do nosso estrategista Jorge Sá:

A Coreia do Sul, por exemplo, que é vista como uma referência internacional no combate à doença, teve que adiar o plano de reabrir escolas. O anúncio do governo sul-coreano vem após o relaxamento de algumas medidas resultar em um novo aumento no número de infectados. A Alemanha, que também afrouxou suas regras recentemente, segue no mesmo caminho de observar um aumento nos casos.

Com isso, parece ficar mais claro para os investidores e para a sociedade que a saída do isolamento social e o retorno à normalidade não será algo tão rápido. E estimar quanto tempo a economia ficará fechada é fundamental para termos mais visibilidade sobre os impactos na economia e nos nossos investimentos. 

Mercado de trabalho

O noticiário brasileiro também segue dividindo as atenções. Por aqui, tivemos mais um sinal sobre o impacto da crise na economia. Números oficiais mostraram que o número de pedidos de seguro-desemprego saltou 22,1% em abril deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Já na política, começou ontem a série de depoimentos para apurar as denúncias do ex-ministro Sergio Moro sobre uma possível interferência do governo na Polícia Federal. Os depoimentos seguem hoje e amanhã, e podem trazer mais volatilidade aos mercados.

Também seguimos acompanhando a etapa final no processo de socorro a estados e municípios. O projeto, que prevê um repasse de 60 bilhões de reais aos governos estaduais e municipais, já foi aprovado pelo Congresso. Agora, o mercado aguarda se o governo irá vetar a mudança que excluiu diversas categorias do congelamento salarial, o que poderia trazer um impacto fiscal relevante. A expectativa é que o projeto seja sancionado até amanhã.