O tom mais duro do banco central dos Estados Unidos reduziu o apetite a risco dos investidores e levou o índice americano S&P 500 a recuar quase 2% na semana passada.

A cautela por lá foi acentuada na sexta-feira, após um dos dirigentes do Fed afirmar que a taxa básica de juros pode subir já no ano que vem.

O Ibovespa, por sua vez, teve recuo semanal de menos de 1% e conseguiu se descolar do ambiente externo negativo no último pregão. O principal índice de ações do país foi sustentado pelo salto de 6% das ações da Eletrobras na sexta-feira.

Vale destacar que o Safra elevou a recomendação para os papéis da companhia, avaliando que ela de fato será privatizada. A expectativa é que a Câmara dos Deputados volte já hoje a votar o tema.

Outro destaque positivo da última semana foi o real. A moeda brasileira foi contra a tendência global e ganhou mais de 1% contra o dólar, um movimento associado à leitura de que o Banco Central do Brasil pode vir a acelerar o passo do seu aperto monetário, caso seja preciso.

A semana que se inicia trará novos dados importantes para as discussões sobre o comportamento geral dos preços no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, vamos conhecer na sexta-feira a prévia da inflação oficial de junho. No mesmo dia, será divulgado o índice americano PCE, o preferido pelo Federal Reserve para balizar a sua política monetária.

Além disso, o mercado estará atento ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, marcado para amanhã. Os investidores buscam novas informações sobre a duração dos estímulos promovidos atualmente no país.

O Safra segue acreditando que um anúncio formal sobre o programa de compra de títulos não deve ocorrer antes de setembro e que a sua efetiva redução só deve começar em janeiro de 2022.

Já a taxa básica de juros só deve começar a subir entre o fim de 2022 e o início de 2023, a depender do crescimento econômico e da dinâmica do mercado de trabalho americano.