A volatilidade do mercado brasileiro segue elevada. Na sessão de ontem, apesar dos novos recordes na bolsa americana, o Ibovespa voltou a recuar, desta vez afetado pela surpresa negativa com a inflação no país.

A prévia de outubro indicou uma aceleração para alta de 1,2%, bem acima do esperado pelo Safra e pelo mercado. Com isso, o IPCA-15 passou a acumular alta de 10,3% em 12 meses

A maior surpresa veio do grupo de transportes, com destaque para as passagens aéreas, que saltaram mais de 30% no mês. Além disso, preços de serviços e alimentos também apresentaram aumento acima das expectativas.

Nesse ambiente, o comportamento dos ativos ontem se explica pela leitura de que o Banco Central, para conter a inflação, pode precisar elevar os juros a um patamar ainda mais elevado.

Outro dado econômico que monitoramos ontem foi o do Caged de setembro, que mostrou uma geração líquida de quase 314 mil postos de trabalho com carteira assinada no país.

Já em Brasília, a votação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados foi adiada, e pode ocorrer hoje. O tema continua a ser acompanhado de perto pelos investidores.

Hoje, temos mais uma bateria de dados importantes. A taxa oficial de desemprego do país será conhecida nesta manhã, e a projeção do Safra é de recuo para 13,5% nos três meses até agosto.

Aguardamos ainda o resultado primário em setembro do governo central, que reúne as contas da Previdência, Tesouro e Banco Central. Vale lembrar que a Receita informou ontem que a arrecadação federal bateu recorde para o mês, atingindo mais de R$ 149 bilhões.

O principal evento do dia, porém, é a decisão do Copom, que será conhecida apenas de noite.

O Safra espera que o ritmo de aperto se intensifique e a Selic suba 1,25 ponto porcentual, para 7,5% ao ano.