A última sessão foi marcada por um forte recuo nos preços do petróleo. O barril de Brent, que serve de referência global, operou ontem abaixo dos US$ 100, quase 30% abaixo da máxima observada na semana passada.

Um dos motivos é a preocupação com os impactos do aumento de casos de Covid na China, a maior importadora de commodities do mundo. Além disso, os investidores seguem monitorando a possibilidade de aumentos mais significativos na produção de países da Opep, bem como uma eventual retomada das exportações do Irã.

Outro fator que contribui para o alívio é que parte do mercado se mostra otimista com um possível fim da guerra na Ucrânia. O presidente do país reforçou ontem que não deverá aderir à Otan, o que poderia contribuir para as negociações de paz na região.

Na frente de indicadores, o índice de inflação PPI, que mede os preços de atacado nos Estados Unidos, veio em linha com esperado, acumulando alta de 10% em 12 meses. No entanto, a variação do núcleo do índice, que exclui itens mais voláteis de alimentação e energia, foi bem mais contida do que o esperado.

Nesse ambiente de cautela mais moderada com a inflação, os índices de ações americanos tiveram uma forte recuperação ontem, com destaque para as ações de tecnologia, que levaram o Nasdaq a fechar em alta de quase 3%.

Temos hoje um dia muito importante para os investidores, tanto interna, quanto externamente.

O banco central dos Estados Unidos deve anunciar nesta tarde o primeiro aumento de juros em mais de três anos. A taxa básica está próxima de zero, e a expectativa é de leve aumento de 0,25 ponto percentual.

O foco dos analistas deve recair sobre o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, e sobre as novas projeções divulgadas pela instituição para inflação e juros. O mercado aguarda também novos sinais a respeito da redução do balanço de ativos da autoridade.

Já depois do encerramento do pregão, será a vez do Banco Central do Brasil anunciar a sua decisão de política monetária.

O comitê elevou a Selic em 1,5 ponto percentual em cada uma das suas três últimas reuniões, e a expectativa é que o aumento desta vez seja de 1 ponto.

Além disso, estão previstos novos dados de atividade nos dois países. Por aqui, o IBGE divulga o resultado do setor de serviços, e o Safra prevê crescimento de pouco mais de 1% na passagem de dezembro para janeiro.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, teremos o desempenho do varejo no mês de fevereiro.