O Ibovespa teve um dia de correção ontem, apesar do clima favorável no exterior. Nos Estados Unidos, os principais índices de ações subiram mais de 1%, após um forte início da temporada de balanços por lá.

Os destaques vieram do setor bancário, que apresentou resultados acima das projeções, em meio ao aquecimento do mercado de capitais e menores provisões para crédito no terceiro trimestre.

O mercado americano também foi beneficiado pelos dados semanais de seguro-desemprego.

O total de novos pedidos veio melhor do que o esperado, ficando abaixo de 300 mil pela primeira vez desde o início da pandemia.

Também acompanhamos lá fora a divulgação de novos dados de inflação. Nos Estados Unidos, o índice PPI, que mede os preços no atacado, subiu 8,6% nos 12 meses até setembro, um comportamento um pouco mais contido do que o projetado pelo mercado.

Já na China, o índice equivalente veio acima das expectativas, ao subir 10,7% no mesmo período.

E entre os fatores de pressão sobre o mercado brasileiro ontem esteve a incerteza acerca do financiamento de possíveis aumentos ou extensões de programas sociais.

Isso ofuscou o bom desempenho do setor de serviços anunciado ontem. Segundo o IBGE, o setor alcançou o maior nível em quase seis anos, ao subir 0,5% na passagem de julho para agosto, a quinta alta seguida. Os destaques positivos no mês vieram do transporte aéreo e de serviços de TI.

Levando em conta esse resultado, bem como dados de alta frequência, a projeção do Safra para o levantamento referente a setembro é de avanço de 0,1% na margem.

Já em Brasília, estamos monitorando a tramitação das mudanças do ICMS sobre combustíveis.

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados, que estabelece um valor fixo para a cobrança do imposto, tem potencial para diminuir a inflação no ano que vem, mas deve sofrer resistências no Senado, já que pode ter um impacto anual de R$ 24 bilhões na arrecadação, de acordo com autoridades estaduais.

E na agenda de hoje, esperamos uma ligeira retração no IBC-Br de agosto. O índice é considerado uma aproximação do PIB brasileiro em base mensal.