Além da guerra na Ucrânia, os ativos passaram a ser pressionados por uma nova frente de cautela.

A China sofre um preocupante surto de Covid-19, provocando interrupções em várias cadeias de produção. Isso em diversas regiões, entre elas, a cidade de Shenzhen, um importante polo de tecnologia e onde está situado um dos principais portos do país.

Enquanto isso, internamente, chamaram atenção ontem mudanças importantes nas estimativas de mercado apresentadas pelo Relatório Focus, que são utilizadas nas análises do Banco Central.

A inflação esperada para 2022 saltou para 6,45%, sendo o nono aumento consecutivo. Já para 2023, a projeção do índice, de acordo com o Focus, avançou para 3,7%, aumentando a distância para o centro da meta no ano que vem, que é de 3,25%.

Trata-se de um movimento relevante, já que pode ser encarado pela instituição como uma desancoragem das expectativas no horizonte mais importante para a política monetária atualmente.

Na agenda de hoje, o mercado repercute os últimos dados de emprego no Reino Unido e de atividade na China e na Zona do Euro.

Já nos Estados Unidos, o destaque é a leitura de fevereiro do índice de inflação PPI, que mede os preços de atacado. O consenso de mercado prevê forte aumento anual de 10%.

Vale lembrar que a inflação aos consumidores americanos também vem persistindo em níveis elevados, e ainda deve ser pressionada pelo recente comportamento nos preços das commodities, um quadro que deve levar o Fed a anunciar um aumento de juros amanhã.

Além disso, temos hoje mais um episódio da série Cenários, apresentada pela jornalista Sonia Racy. O convidado de hoje é Fábio Barbosa, ex-presidente da Federação Brasileira de Bancos e membro de conselhos de algumas das principais instituições do país.